Opinião

Tomada de decisão: Data-Vs. Insight – Vs. Intelligence-Driven

Luís Madureira, partner da ÜBERBRANDS

Ao dia de hoje, estamos afogados num dilúvio de dados. Vivemos em Information Overload, ou seja, em excesso de informação. Esta situação resulta no que alguns autores denominam de Paralysis Analysis, ou seja, a incapacidade de processar os dados e informação que temos ao nosso dispor. Navegamos assim ao sabor do dilúvio.

WHAT? PROBLEM.

Existem mais de 2,3 milhões de vagas para funções que solicitam competências analíticas. (PwC, 2017).

Ao dia de hoje, estamos afogados num dilúvio de dados. Vivemos em Information Overload, ou seja, em excesso de informação. Esta situação resulta no que alguns autores denominam de Paralysis Analysis, ou seja, a incapacidade de processar os dados e informação que temos ao nosso dispor. Navegamos assim ao sabor do dilúvio. Talvez devido a este facto, nunca se falou tanto em #Analytics, ou Analítica em português. Data Analytics, Marketing Analytics, Business Analytics são conceitos cada vez mais em voga. Cada vez mais se usa o Data-Driven Decision Making, o processo de tomada de decisão organizacional baseado em dados em vez de mera intuição ou apenas observação. Até aqui nada de novo…

O problema advém do facto de Analítica por si só não resolver o problema da navegação.

WHY IS THIS IMPORTANT?

Analítica é o equivalente a processar as coordenadas geográficas do negócio e ficarmos a saber exatamente onde nos encontramos. Obviamente que ajuda, mas não é suficiente. É necessário perceber como chegámos até aqui, e como navegamos em direção ao nosso “Oceano Azul”, ou chegamos ao porto de abrigo.

A este processo estratégico está ligado o conceito de insight. Insight é o equivalente a ver (do inglês sight) para dentro de um problema (in – dentro em Inglês). O como chegámos a esta posição podemos chamar de Hindsight, ou retrospetiva em português. O como chegar ao nosso Oceano Azul podemos chamar de Foresight, ou prospetiva. Prospetiva é a capacidade de conseguir prever com um elevado grau de probabilidade o que nos espera, ou na analogia que segui, as condições de navegação que nos esperam ao longo do nosso caminho futuro em direção ao nosso objetivo. Esta capacidade de antecipação é crítica, mas tem de ser acionável através de decisões táticas e/ou estratégicas, ou ainda no desenvolvimento da estratégia que nos permite atingir os objetivos de negócio.

HOW?

É aqui que entra o conceito de #Intelligence, ou seja, os insights que nos permitem navegar o nosso ambiente competitivo de forma a antecipar e estar preparado para as intempéries que se nos podem afigurar.

A tomada de decisão de hoje não se compadece apenas com o suporte com dados, nem mesmo com analítica. É necessário ser capaz de compreender a analítica e acionar os insights que daí advêm no sentido de navegar o ambiente competitivo com sucesso.

Receio, no entanto, ser portador de mais más notícias… As competências necessárias para desenvolver Competitive Intelligence, os insights que nos permitem chegar ao nosso destino com sucesso, ou se quiserem fazer crescer o nosso negócio, ou torná-lo mais sólido, são mais abrangentes. Não basta possuir competências de Data Science (Ciência dos Dados), de elaboração de Dashboards (Painéis de Monitorização), ou mesmo de Visualização avançada. A tudo isto é necessário juntar a capacidade de pensar de forma crítica (Critical Thinking), assim como uma experiência de negócio que permita saber como processar, compreender e acionar essa compreensão na tomada de decisão informada e planeamento estratégico.

O Competitive Intelligence é o que diferencia o trigo do joio no que toca aos profissionais que conseguiram vingar nestas áreas, assim como as empresas e start-ups que vão conseguir navegar em direção ao seu Oceano Azul, ou mesmo chegar ao seu porto de abrigo.

CALL TO ACTION  

Mas quantas empresas em Portugal têm um responsável, ou mesmo uma função de Competitive Intelligence em atividade? E as start-ups que estão a agora a definir o seu Modus Operandi, quantas estão a considerar suportar a sua decisão em insights acionáveis em vez de dados?

Como dizia o Padre Vaz Pinto, “Já agora, valia a pena pensar nisto” e desenvolver a nossa capacidade de pensamento crítico e estratégico no processo.

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Luís Madureira

Luís Madureira

Luís Madureira é fundador da ÜBERBRANDS, uma boutique de consultoria estratégica que ajuda organizações e os seus líderes a navegar o ambiente competitivo com sucesso. É Chairman da SCIP Portugal e Fellow do Council of Competitive Intelligence Fellows desde 2018. É keynote speaker e professor premiado a nível internacional (PT, US, FR, ES, SI, UK), nomeadamente pelos alunos do Ljubljana MBA por duas vezes consecutivas. Acumula o cargo de Global Competitive Intelligence Practice Lead da Presciant e previamente da OgilvyRed,... Ler Mais..

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