Threads, a loja de luxo online por mensagens levantou 17.6M€ em investimento

A Threads distingue-se das restantes lojas de luxo presentes no mercado online por ter seguido um caminho totalmente diferente na abordagem ao público-alvo. Esta start-up foca-se em criar valor junto dos clientes através de uma interação direta por mensagens.

A Threads é uma boutique de luxo que tem uma abordagem diferente ao seu público-alvo. Em vez de ter uma montra exposta numa loja física, uma aplicação mobile ou um website, esta start-up usa apps de mensagens, como o WhatsApp, Snapchat, WeChat, Instagram e a aplicação de mensagens da Apple – a iMessage – para interagir com os seus clientes.

Sediada em Londres, a Threads distingue-se das restantes lojas de luxo presentes no mercado online por ter seguido um caminho totalmente diferente na abordagem ao seu target – maioritariamente constituído por mulheres com menos de 35 anos. Não tendo uma montra para expor os seus produtos – nem pretende ter no futuro – esta start-up concentra-se na criação de valor através de uma interação baseada em mensagens.

“Não criámos um site ou uma app intencionalmente”, conta a fundadora e CEO do projeto Sophie Hill em entrevista. “A ideia por trás da Threads é a curadoria e a experiência. É um negócio centrado no cliente e é construído em chat porque é onde os clientes querem estar e negociar”.

Surpreendentemente, a Threads não recorre à inteligência artificial para levar a cabo este tipo de interações. Numa altura em que os chatbots estão a começar a tomar conta da comunicação entre os clientes e a empresa, a start-up parece continuar a preferir zelar por interações mais humanas.

Contando já com oito anos de existência, o negócio recebeu recentemente um investimento de cerca de 17.6 milhões de euros (20 milhões de dólares) liderado pelo C Ventures, um fundo focado em moda e nos millennials. O dinheiro será utilizado para expandir o negócio e contratar mais profissionais, entre os quais estilistas, engenheiros, para construírem a tecnologia necessária para facilitar as operações, e criativos para se juntarem à equipa que já conta com mais de 90 pessoas.

O modelo de negócio da Threads passa por aplicar comissões aos bens vendidos através das suas interações. Segundo os dados divulgados pela start-up, um cliente gasta, em média, 2650 euros (3000 dólares) por sessão.

O facto de contar com clientes em mais de 100 países – sendo que a Ásia é o mercado com maior crescimento – e de ter conseguido ser bem-sucedida junto dos clientes levou a empresa a assegurar relações com designers de renome e mais de 250 marcas de luxo.

A ideia de negócio começou em 2010. Nesta altura, Sophie Hill tinha acabado de sair da universidade, onde estudou sociologia, e estava a trabalhar como compradora da Arcadia. Apesar das redes sociais e das apps de mensagens estarem longe do nível em que se encontram hoje, Hill procurou averiguar se havia espaço para incluir o seu modelo de negócio no mercado e percebeu que o seu potencial grupo-alvo já utilizava aplicações mobile para comunicar entre si.

A certeza surgiu quando Sophie Hill  encontrou o WeChat. Esta app chinesa – que estava à frente do seu tempo – foi o suficiente para convencer a fundadora da Threads.

A escalabilidade é um dos problemas que este projeto poderá enfrentar, porque, ao contrário de outras empresas do género, a Threads coloca a interação humana à frente da tecnologia, o que significa que terá de empregar bastante mais pessoas num processo de expansão.

“Vamos utilizar a tecnologia para melhorar a experiência personalizada. Utilizar tecnologia em mistura com a interação humana vai ser o melhor serviço prestado na indústria do luxo. Vemos [a tecnologia] como um complemento, uma forma de melhorar a experiência pessoal”, explicou recentemente Hill numa entrevista.

O próximo passo da boutique de luxo será expandir para mais categorias de produtos, além de roupa e joalharia, e acrescentar novos escritórios à rede para poder prestar serviços mais próximos dos clientes. As duas próximas grandes expansões serão Nova Iorque e Hong Kong.

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