Mihaly Csikszentmihalyi, que, com Martin Seligman, foi um dos fundadores da corrente da “Psicologia Positiva”, tem uma afirmação no seu famoso e excelente livro “Flow (Fluxo, na edição portuguesa de 2023) que seguramente nos causa alguma perplexidade.
Há fins de semana que nos marcam e, para mim, o primeiro fim-de-semana de 2024 foi um deles. Primeiro, fui surpreendido pelo António Pedro Monteiro ao ouvi-lo dizer que: “A vida começa quando (fomos) amados, (…) quando nos sabemos amados”. (aquele que habita os céus sorri – o que diz a escritura? como lês tu?)
Quantas empresas pensaram na sua estratégia de mercado? Quantas a escreveram? Quantas validam continuamente se estão a segui-la ou se estão a distanciar-se dela?
No geral o homo sapiens atual fabricou uma sociedade, à falta de melhor termo, onde se empenha por ter como pináculo o seu propósito. E um propósito permanente. Nada contra. E também nada contra a palavra, mas é preciso acautelar que ela não é mais que uma derivada de meta ou grande objetivo – já muito batidas – ou até de finalidade ou sentido de vida.
Propósito: a razão pela qual qualquer coisa é feita ou criada, ou pela qual existe. Qual é o nosso propósito? Qual é o significado máximo de aquilo que fazemos todos os dias? Qual é o propósito da empresa que criámos? Qual é o propósito das reuniões que realizamos, dos PowerPoints que desenvolvemos, dos emails que enviamos? No final de contas, o que estamos a fazer? Será que temos um propósito? Será que sabemos o nosso propósito?
Apesar de 80% das empresas afirmar ter um propósito corporativo definido, a maior parte não envolveu os colaboradores e os clientes nesse processo, concluiu um estudo da LLYC.
Graziele Neves, ex-CEO da Sephora Portugal, despede-se da sua área profissional no setor do retail, em plena pandemia, para lançar uma consultoria focada em carreira e propósito.
Janeiro é o mês em que mais pessoas se propõem a definir objetivos para o novo ano que começa. Imbuídos de um espírito de compromisso que tomou balanço na altura das festas, sentimos que se inicia um novo período, no qual seremos capazes de tudo – de cumprir algumas coisas que até já nos tínhamos proposto fazer no ano que passou e de conseguir atingir alguns novos objetivos aos quais estes 12 meses que passaram atribuíram algum tipo significado.
É sabido que a linguagem não é estanque, evolui. Os significados das palavras mudam mais rápido do que as atualizações dos dicionários e as utilizações que fazemos das mesmas vai variando. Para além disso, como se costuma dizer, “a língua portuguesa é traiçoeira”. E não é apenas para a malandrice.
Este artigo pretende ser um momento de reflexão. Com simplicidade, mas não simplista, até porque o assunto é tudo menos fácil. O meu objetivo é que no final da sua leitura saia daquele registo do “parece-que-hibernei-na-minha-vida-profissional-há-tantos-invernos-quanto-as-temporadas-da-guerra-dos-tronos!”.
Os momentos de pós-férias são sempre profícuos. Trazemos normalmente o espaço e a quietude mental e emocional para refletir sobre alguns temas do nosso dia-a-dia pessoal e profissional, com maior consciência e responsabilidade sobre as nossas vidas.
Em julho, a propósito do lançamento das conclusões do estudo Global Talent Trends, da Mercer, escrevi sobre a aceleração exponencial da mudança nesta nova “Era do Indivíduo”.