Nos últimos tempos, os acontecimentos políticos têm evidenciado, de forma cada vez mais clara, a crescente interdependência entre a geopolítica e a agenda do desenvolvimento sustentável.
Na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-29), realizada em Baku, Azerbaijão, a dificuldade e a complexidade das negociações climáticas globais estiveram em destaque.
No dia 25 de setembro, assinalamos o Dia Nacional da Sustentabilidade. E o termo é mesmo esse: assinala-se.
Muitos já interiorizamos que as decisões que tomamos, todos os dias, podem fazer a diferença. Mesmo nas empresas. Especialmente nas empresas.
Quantas empresas não implementaram práticas de governança transparentes e éticas? Quantas empresas não adotaram práticas sustentáveis para minimizar o impacto ambiental? Quantas empresas não reconhecem o seu papel na promoção da justiça social e equidade? Todos gostaríamos de dizer nenhuma. Mas ainda não é assim.
Pedimos todos os dias às pessoas que mudem o modo como vivem, para que possamos reduzir a nossa pegada carbónica, controlar o aquecimento global, não exaurir os recursos do planeta.
No último dia de julho, quando tantos de nós se preparavam para ir (ou já estavam!) de férias, eis que a Comissão Europeia aprovou a versão final dos tão esperados ESRS (European Sustainability Reporting Standards).
Os bancos europeus ainda não estão preparados para o reporte de risco climático a que estão obrigados. Quem o diz é o Banco Central Europeu (BCE).
A diferença salarial entre homens e mulheres é um problema persistente, que continua longe de estar resolvido – ou sequer minimizado – apesar de serem diversos os Governos, como o português, a adotar políticas públicas especialmente vocacionadas para garantir uma paridade salarial que teima em não vingar.
Embora o framework ESG (Environmental, Social and Governance) tenha três dimensões, são geralmente as do “E” e do “S” que recebem mais atenção por parte das empresas, sendo raros os relatórios de sustentabilidade que contêm informação relevante sobre a forma como o modelo de Governance da empresa contribui (ou não) para a sustentabilidade da mesma.
Nos termos da Taxonomia Ambiental Europeia (Regulamento (UE) 2020/852), que entrou em vigor já há dois anos, só podem ser consideradas (e reportadas como) ambientalmente sustentáveis pelas empresas as atividades que cumpram determinados requisitos. Um desses requisitos tem natureza eminentemente social e foi finalmente dado a conhecer o documento que propõe os requisitos que terão de ser observados na matéria.
Foi no dia 30 de junho (o último da presidência francesa!) que foi finalmente conhecido o tão esperado texto final da Diretiva que vai mudar, de forma inexorável, o reporte de informação sobre sustentabilidade na Europa, incluindo para as empresas não europeias que obtenham um expressivo volume de negócios neste Continente.