Start-ups portuguesas incubadas virtualmente cresceram cerca de 40% em 2020

Apesar da Covid-19, no ano passado surgiram mais 430 start-ups incubadas. Empresas com mais de 12 e 24 meses de incubação apresentam taxas de sucesso superiores a 89% e 85%, respetivamente, revelam os dados do relatório “Monitorização das Incubadoras portuguesas“, da Rede Nacional de Incubadoras.

As incubadoras nacionais ajudaram as start-ups a captar mais de 373 milhões de euros em investimento no ano passado. Quatro anos antes, estas empresas em fase inicial tinham levantado em Portugal cerca de 19,7 milhões de euros.

Os resultados constam no relatório de Monitorização das Incubadoras Portuguesas, da Rede Nacional de Incubadoras (RNI), onde é também visível um aumento de 430 novas start-ups – física ou virtualmente presentes – nas incubadoras face a 2019 (mais 15,4%).

De acordo com o relatório, as empresas com mais de 12 e 24 meses de incubação apresentam taxas de sucesso superiores as 89% e 85%, respetivamente.

Mas este crescimento não foi impulsionado pela expansão de novas salas de incubação. Pela primeira vez desde 2016, altura em que a RNI foi criada, o número de salas de incubação e de start-ups incubadas fisicamente caiu – e essa queda teve particular incidência nas regiões Centro e Norte. Pelo contrário, as start-ups em incubação virtual aumentaram cerca de 40%, o que pode ser explicado com as restrições que a pandemia de Covid-19 veio trazer.

“Num ano tão particular como 2020, só com o apoio das incubadoras de empresas e a sua rapidez na resposta no terreno foi possível manter as taxas de sobrevivência das start-ups”, aponta o coordenador da RNI, João Mendes Borga. “A maioria das incubadoras adaptaram-se rapidamente a uma nova realidade de apoio e focaram-se na angariação de fontes de financiamento e internacionalização das suas start-ups”, acrescenta.

Para Mendes Borga, “estas são as empresas que vão inovar e crescer mais rapidamente, mas também as que correm mais riscos”. E assevera: “sem o apoio oferecido pelas incubadoras nacionais as suas taxas de sobrevivência seriam muito diferentes das que estamos a reportar agora”.

As conclusões do relatório da RNI – que resulta da união, em 2016, de mais de 60 incubadoras nacionais e em 2020 contava com 169 – deram origem a um inquérito, enviado por correio eletrónico a 14 ou 15 de dezembro, a 149 instituições (que detêm, no total, 169 incubadoras), com uma taxa de resposta de 90%. A maioria são de impacto regional, mas também existem incubadoras de transferência de tecnologia, desenvolvimento de negócio e setoriais.

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