Start-ups finlandesas apostam na área da saúde

Na última década, as start-ups finlandesas da área da saúde digital destacaram-se no cenário europeu.

A saúde digital está a marcar pontos no mercado finlandês, uma tendência para qual estão a contribuir o setor público e privado, através do financiamento, disponibilidade de dados para pesquisa e apoio para que as empresas se expandam globalmente.

O primeiro passo para permitir esta inovação é o financiamento e embora muitas empresas finlandesas consigam garantir financiamento através de venture capital, o apoio do governo é um recurso importante. A “Business Finland” é uma dessas organizações governamentais que usa o dinheiro dos contribuintes para ajudar as start-ups a estabilizarem. Possui cerca de 50 escritórios globalmente e financia anualmente cerca de 800 start-ups. Dessas, aproximadamente 200 trabalham na área das tecnologias da saúde, o que significa cerca de 150 milhões de euros por ano para estas start-ups. A organização examina cuidadosamente as start-ups que apoia e que para serem elegíveis para o financiamento, devem ter pelo menos dois funcionários e 30 mil euros de capital próprio.

Da Finlândia para o mundo
A Finlândia tem apenas 5 milhões de habitantes e as empresas criadas no país precisam de se internacionalizar para crescer. No entanto, na fase inicial, muitas start-ups usam, por exemplo, os hospitais públicos ou os centros de pesquisa do país para realizar os testes piloto às ferramentas que desenvolvem. Mas a expansão, faz parte da trajetória de muitas empresas finlandesas de saúde digital, como aconteceu com a Kaiku Health uma plataforma que oferece monitorização digital de pacientes e serviços de relatórios de doentes. Como muitos outros projetos, a Kaiku começou a testar a sua tecnologia num centro de tratamento de cancro em Helsínquia, chamado Docrates Syöpäsairaala. Depois do feedback dos pacientes que revelou que a solução estava efetivamente a ajudá-los, a Kaiku internacionalizou-se e, atualmente, tem parcerias em cinco países europeus e cerca de 60 clínicas.

Esperança no crescimento
Com uma nova lei aprovada em maio, os inovadores finlandeses terão acesso a novas formas de dados de saúde pessoal agregados para os ajudar a construir as suas aplicações. A nova lei permite aos cientistas e inovadores acederem a dados dos serviços sociais e de saúde, o que inclui dados enviados por cidadãos através de dispositivos pessoais.

Em declarações ao MobiHealthNews, Teempupekka Virtanen, consultora sénior do Departamento de Direção de Saúde e Bem-Estar Social em Helsínquia, afirmou que a nova legislação promete “facilitar o processamento efetivo e seguro e o acesso aos dados pessoais para orientação, supervisão, pesquisa, estatística e desenvolvimento no setor de saúde e social”. A legislação ainda é nova e Virtanen comentou que o interface em si ainda está em desenvolvimento. 

De acordo com aquela consultora, o ecossistema de start-ups na Finlândia desenvolveu-se nos últimos cinco a sete anos. “Há alguns anos, tínhamos que trabalhar muito para promover o empreendedorismo e dizer às pessoas que não há problema em falhar, não ter medo disso e fazer a promoção dessa ideia”.  Agora as equipas de start-ups estão mais apetrechadas, há muitos empreendedores que já têm experiência em fazer start-ups ou em expandir os seus negócios internacionalmente e obter investimentos. A qualidade das equipas e as ideias de negócios são melhores e estão a começar a assumir riscos e partilhar sua propriedade, explicou.

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