Start-ups australianas querem revolucionar forma como os homens olham para a saúde

A recusa constante dos jovens australianos de visitar os médicos levou as start-ups daquele país a apresentarem soluções que visam melhorar a relação médico-paciente. Conheça os casos da Pilot e da Mosh.
Na Austrália, muitos jovens do sexo masculino evitam ou descuram o acompanhamento médico. Socialmente, existem alguns estigmas sobre a saúde física e mental, o que leva os jovens a mostram-se relutantes em visitar o seu médico de clínica geral. Segundo dados do governo federal, por exemplo, mais de 70% dos homens não procuram apoio médico em tempo útil quanto têm problemas de saúde mental.
Cientes deste problema algumas start-ups daquele país tentam mudar mentalidades e criar formas alternativas de interagir no mundo da saúde, avança o The Sydney Morning Herald. É disso exemplo a Pilot, uma plataforma de saúde que liga homens jovens aos médicos e que foi lançada por Tim Doyle, Benny Kleist e Charlie Gearside. A start-up Pilot recebeu um investimento de 2 milhões de dólares (1,7 milhões de euros) de entidades como a Blackbird Ventures e Daniel Gulati, da Comcast Ventures.
A plataforma permite a seleção de um determinado problema de saúde pelo utilizador, por exemplo, saúde mental, problemas de sono, disfunção erétil ou queda de cabelo. Após identificar o seu problema, o paciente preenche uma ficha para que possa ser ligado a um médico de clínica geral ou a um farmacêutico. Os fundadores da plataforma consideram que é importante construir um serviço que seja fácil de usar e que facilite o acesso dos pacientes aos conselhos dos profissionais.
A Pilot foi lançada recentemente e os seus fundadores estão agora focados em construir a marca. “Se as start-ups desta área forem bem aceites, as hipóteses do público-alvo procurarem a plataforma e obter ajuda será maior”, acredita Tim Doyle.
Outro exemplo que nos chega da Austrália é a Mosh, criada por David Narunsky e Gabe Baker há cerca de três anos. Esta start-up permite a ligação entre médicos e pacientes para temas variados, desde a queda de cabelo à saúde sexual. A Mosh recebeu este ano um financiamento, cujo valor não foi revelado, dos fundadores do Tinder, Sean Rad e Justin Mateen.
David Narunsky e Gabe Baker apontam como desafio no lançamento da start-up o processo demorado na construção de uma rede de profissionais médicos empenhados na tele-saúde.
Apesar do número crescente de médicos de clínica geral dispostos a realizarem consultas online, as start-ups que atuam nesta área geralmente concentram-se em temas específicos, em vez de oferecer serviços de saúde mais vastos. Sobre este tema, um dos fundadores da Pilot, Benny Kleist, comenta que muitos médicos reconhecem que os pacientes que usam estas plataformas não procuram inicialmente os consultórios.
A Austrália tem um problema de crise de saúde mental e uma desconexão entre os serviços de saúde e os pacientes, segundo a imprensa daquele país. Os fundadores da Pilot acreditam que a sua especialização em marketing irá permitir alavancar soluções e torná-las mais atraentes para os potenciais utilizadores.