Start-ups africanas batem recordes na recolha de investimento

Em apenas seis meses, as start-ups africanas já ultrapassaram o investimento conseguido no ano passado.
Em julho do ano passado, enumerámos os 10 maiores investidores privados em projetos africanos. Passado um ano, constatamos que as start-ups africanas atingiram o valor mais elevado de sempre no que diz respeito ao montante conseguido através de investimento.
Segundo um relatório da WeeTracker, na primeira metade de 2018 os projetos africanos conseguiram recolher 168.6 milhões de dólares (≈145M€), o que significa que o montante de 167.7 milhões de dólares (≈144M€), angariado no ano passado já foi ultrapassado. Quando comparado com o período homólogo do ano passado, o valor total do investimento recebido quase que quadruplicou.
Tal como no Reino Unido, os projetos mais apoiados são os que têm uma base tecnológica aplicada ao mercado financeiro (fintech) e que continuam a tentar criar soluções mais práticas para fazer pagamentos e gerir a conta bancária.
Entre janeiro e junho de 2018, houve 118 investimentos. Destes, 25 foram realizados em start-ups fintech. A tecnologia aplicada à saúde (healthtech) e à agricultura (agritech) parecem ser os outros setores mais apelativos para os investidores. O e-commerce e o software-as-a-service são também duas outras categorias com alguma visibilidade.
As fintech foram ainda responsáveis por quatro dos 10 maiores negócios realizados. Em conjunto, estas start-ups receberam 95 milhões de dólares (81.7M€) de financiamento, mais de metade do valor recolhido pelo continente.
Os dois maiores negócios foram da Cellulant (47.5M$ ≈ 40.8M€), uma equipa que criou uma solução de pagamentos digitais que opera em 11 países do continente africano, e da Branch (20M$ ≈ 17.2M€), uma plataforma de “microempréstimos”.
Apesar da Nigéria ter o primeiro lugar do pódio no que respeita ao número de projetos que receberam financiamento (29), o Quénia está à frente no que toca ao capital recebido, com um total de 82.8 milhões de dólares (≈71.8M€).
O ecossistema de start-ups africano está em rota ascendente. A Tunísia é um bom exemplo de um país que já tomou medidas para potenciar o crescimento deste tipo de empresas ao introduzir o “Startup Act”. Esta iniciativa pretende colocar a ciência e a tecnologia no centro da transformação económica do país. Anteriormente, as suas principais fontes de receita prendiam-se com o turismo e a agricultura.