Start-up de energia apoiada por Bezos espera dar o próximo passo na fusão nuclear

A General Fusion pensa que pode estar próxima uma forma limpa e segura de uma nova geração de energia. A tecnologia é baseada na fusão nuclear e Jeff Bezos é um dos apoiantes da start-up.
Jeff Bezos está a investir numa geração de energia mais limpa e segura. O multimilionário é um dos investidores da canadiana General Fusion, start-up que aposta na tecnologia de fusão nuclear e que vai construir, perto de Oxford, Inglaterra, o Fusion Demonstration Plant (FDP), um edifício circular que irá acolher, de forma experimental, uma nova máquina cheia de metal líquido em redemoinho – e plasma aquecido a mais de 100 milhões de graus Celsius – que dará aos visitantes uma visão mais detalhada do potencial da tecnologia de fusão nuclear. A abordagem da empresa baseia-se em tecnologia desenvolvida originalmente pela Marinha dos Estados Unidos.
Na nova infraestrutura de demonstração começará a ser construída em 2022 (no campus Culham da Autoridade de Energia Atómica do Reino Unido) e a inauguração está prevista para 2025.
Na informação avançada pela Fast Company, o CEO da General Fusion, Christofer Mowry, diz que pode ser uma fonte de eletricidade livre de carbono de baixo custo, quase ilimitada, que não requer muito espaço para a sua produção e que, ao contrário das centrais nucleares tradicionais, que funcionam com fissão nuclear, não corre o risco de colapso (se houver uma perturbação, a reação para) nem cria resíduos radioativos de longo prazo, já que em fábricas tradicionais a fissão divide átomos e produz grandes quantidades de urânio instável, mas a fusão produz apenas hélio, um gás inerte, e quantidades muito menores de trítio, que é radioativo, mas por breve trecho.
Os cientistas têm perseguido este conceito há décadas e Christofer Mowry acredita que há uma probabilidade muito real de que agora isso possa finalmente ser possível. A tecnologia de fusão nuclear é muito idêntica ao que acontece no centro do Sol, onde o hidrogénio e o hélio colidem e se fundem, libertando enormes quantidades de energia.
“São realmente necessários supercomputadores modernos, modelagem avançada e técnicas computacionais para entender a ciência da física do plasma. As tecnologias e materiais de manufatura também avançaram, o que realmente abriu as portas não apenas para poder fazer a fusão funcionar, mas também para a fazer funcionar de maneira prática”, afirmou à Fast Company.
Além da General Fusion, diversas outras start-ups, incluindo a subsidiária do MIT Commonwealth Fusion Systems, também esperam demonstrar a funcionalidade da tecnologia em breve. Em França, uma máquina construída colaborativamente entre 35 países também está a aproximar-se da fase de teste, que mostrará se é possível gerar plasma.