Start-up britânica ajuda hospitais a aumentar capacidade de resposta e atrai investidores

 A start-up de saúde britânica Huma, que conseguiu ajudar os hospitais britânicos a duplicar a sua capacidade de resposta após o surgimento da pandemia de Covid-19, acaba de arrecadar 130 milhões de dólares (107 milhões de euros) numa ronda de investimento liderada pela Bayer e pela Hitachi.

A pandemia do coronavírus acelerou uma mudança em direção aos serviços de saúde digitais, pelo que muitas têm sido as soluções apresentadas. Os investidores têm acompanhado as tendências e realizado investimentos no setor.

No Reino Unido, a Huma anunciou que angariou 130 milhões de dólares (107 milhões de euros) numa ronda de financiamento liderada pelos fundos de risco corporativos da Bayer e Hitachi. A injeção de dinheiro também foi apoiada pelos braços de investimento da Samsung, Sony e Unilever.

Fundada em 2011 como Medopad, o software da Huma permite aos médicos monitorizarem os pacientes, de forma remota através de uma aplicação móvel. A start-up recorre também a wearables e a outros dispositivos para recolher dados como a frequência cardíaca e a saturação de oxigénio.

Em entrevista à CNBC, Dan Vahdat, CEO e cofundador da Huma, garante que a sua solução é capaz de detetar eventuais agravamentos no estado de saúde dos doentes e de os ajudar a decidir se devem ou não ir ao hospital.

A empresa trabalha em colaboração com o Serviço Nacional de Saúde britânico, o NHS, e também com os governos da Alemanha e dos Emirados Árabes Unidos. Segundo Vahdat, a Huma ofereceu os seus serviços gratuitamente ao NHS durante a crise da Covid-19. “Assumimos o compromisso de cuidar dos pacientes de Covid gratuitamente no ano passado”, disse à CNBC. “Achamos que era o correto a fazer. Temos muita sorte de ter investidores de longo prazo e com visão para nos apoiar nessa tarefa”, acrescentou.

A start-up revela que ajudou a duplicar a capacidade de resposta de alguns hospitais britânicos, permitindo que os médicos atendessem o dobro do número de pacientes, graças ao seu serviço de “Hospital em casa”. Para além disso, também ajudou a reduzir em um terço os internamentos hospitalares.

De acordo com um estudo publicado pelo braço de inovação do Serviço Nacional de Saúde britânico, o NHSX, os médicos em Londres foram capazes de dar suporte a uma média de 20 pacientes por hora, usando a Huma, um aumento comparando com os 12 pacientes por hora atendidos pelos profissionais que não recorreram à tecnologia. O uso de Huma também reduziu em cerca de 3 minutos o tempo que os médicos normalmente teriam que despender com os pacientes.

A start-up assinou também um acordo com o governo alemão para fornecer a sua tecnologia, com vista a ajudar na resposta do país à pandemia.

Investidores acompanham tendências no setor da saúde
A última ronda de financiamento da Huma oferece à empresa a opção de levantar mais 70 milhões de dólares (58 milhões de euros) no futuro e, caso opte por fazê-lo, a sua avaliação ultrapassará o limite de mil milhão de dólares, conferindo-lhe estatuto de unicórnio, avança a CNBC.

Este é mais um sinal de confiança dos investidores no setor de saúde digital que se encontra em rápido crescimento. No mês passado, a start-up sueca de telemedicina Kry anunciou que arrecadou 300 milhões de dólares (248 milhões de euros) numa ronda de financiamento, que permitiu à empresa ser avaliada em 2 mil milhões de dólares (1,6 mil milhões de euros).

Comentários

Artigos Relacionados