Sistema fiscal sueco compromete start-ups tecnológicas no país

Tecnológicas suecas manifestam-se contra o sistema fiscal do país, que tributa as opções de compra de ações da própria empresa atribuídas aos gestores com taxas até 67%. A saída de talentos já se faz sentir em empresas como a Klarna AB, um dos unicórnios tecnológicos da Europa.

As tecnológicas sediadas na Suécia estão contra o sistema fiscal do país, cujas consequências já se fazem sentir. Em causa está a lei atual que tributa as opções de compra de ações da própria empresa atribuídas aos gestores, prática habitual no setor tecnológico, como rendimento recebido com taxas até 67%.

Empresas como a Spotify, da Suécia, já se manifestaram através de carta aberta, tendo referido, segundo a Bloomberg, que as atuais regras tributárias “tornam impossíveis as opções sobre ações na Suécia”. Outras start-ups sediadas na Suécia já seguiram o exemplo da Spotify.

Na Klarna AB, um dos poucos unicórnios tecnológicos da Europa, a falta de opções de compra de ações que sejam lucrativas está a levar à saída de vários séniores da empresa, sendo visível o crescente desânimo da indústria tecnológica face às regras fiscais suecas.

A empresa de pagamentos sediada em Estocolmo viu sair pelo menos 15 colaboradores séniores durante 2016. Brian Billingsley, líder da Klarna na América do Norte, deixou a empresa no mês passado.

Quatro altos cargos da Klarna que deixaram a empresa em 2016, contactados pela Bloomberg, referiram ter saído não por problemas na empresa, mas porque as leis fiscais suecas fazem com que esta não conseguisse distribuir as esperadas opções sobre ações, o que está a levar os executivos a deixarem as tecnológicas de crescimento rápido no país antes destas se tornarem públicas ou serem adquiridas. Foi também referida a limitada capacidade da empresa em termos de promoções internas.

A Klarna levantou 332 milhões de dólares (cerca de 331,3 milhões de euros) em capital de risco de investidores como empresa moscovita de investimentos de DST Global e as capitais de risco norte-americanas General Atlantic e Sequoia Capital.

A Klarna foi avaliada em 2,25 biliões de dólares (cerca de 2,12 mil milhões de euros) em 2015, quando um grupo interno da empresa vendeu as suas ações. Esta avaliação tornou esta start-up num dos unicórnios tecnológicos da Europa.

Comentários

Artigos Relacionados