Silk Ventures lança fundo para levar tecnológicas da Europa e EUA para a Ásia
O novo veículo de investimento, que conta com o apoio financeiro do governo chinês, vai investir em empresas europeias e norte-americanas de tecnologia, cujos planos de expansão passam por entrar no mercado asiático.
As start-ups de tecnologia da Europa e dos Estados Unidos que procuram crescer vertiginosamente com muito investimento contínuo já se podem regozijar. Foi anunciado recentemente o lançamento de um novo fundo de investimento de Venture Capital (capital de risco) chamado Silk Ventures, que disporá de 500 milhões de dólares (446 milhões de euros) e terá apoio do governo chinês.
O novo fundo planeia investir em todas as etapas de investimento desde a Serie A para cima e, apesar de estar aberto às empresas de tecnologia de qualquer setor, o seu foco principal será a “tecnologia e ciência profundas, tecnologias da indústria 4.0, como Internet of Things, robótica, fintech e medtech”. Segundo o TechCrunch, os primeiros investimentos do fundo serão anunciados em julho.
“Somos o único fundo de capital de risco em todo o mundo que faz o que estamos a fazer”, afirma Angelica Anton, sócia fundadora da Silk Ventures. “Estamos globalmente alinhados com sócios especializados nos Estados Unidos, Europa e Ásia para trabalhar com a China ao mais alto nível e,, assim assegurar que as empresas da nossa carteira não só estejam bem financiadas, mas que também tenham as melhores possibilidades de sucesso no mercado asiático”, acrescenta.
Com sede em Londres, mas com escritórios em Menlo Park, Pequim e Shenzhen, a Silk Ventures deu os seus primeiros passos através de uma “aceleradora digital”, uma plataforma online que conecta as novas empresas, facilitando assim as ligações na Ásia. Esta “aceleradora”, que conta com a start-up bancária Revolut como uma das suas principais apostas, não adquire nenhum património das empresas aceleradas.
Governo chinês apoio novo fundo de investimento
O novo fundo de 500 milhões de dólares (446 milhões de euros) está apoiado pela Comissão Estatal de Supervisão e Administração de Ativos da China (SASAC), que atua como Limited Partnership e como sócio estratégico. O resto do fundo provém de um grupo de “corporações estratégicas confidenciais”, que também serão anunciadas em julho.
Convém destacar que a Sede da Silk Ventures é também a sede europeia do Departamento de Comércio e Investimento de Shenzhen, que tem entre dois e três funcionários. A sua equipa proporcionará acesso a planos de incentivos e apoio regulatório, e o departamento afirma que também trabalhará com empresas da China que queiram expandir o seu negócio para mercado e aprender mais sobre o ecossistema do Reino Unido, antes de “investir mais dinheiro e recursos em expandir-se em grande escala”.
“A Silk Ventures foi criada para mudar a maneira como o capital chinês se relaciona com as tecnologias ocidentais e orgulhamo-nos do conhecimento cultural e operacional dentro da nossa equipa em expansão”, afirma Anton.
Brewer Stone, novo sócio da Silk Ventures (e ex-assessor da Oferta Pública de Venda da Alibaba), afirma que “depois de ter passado muitos anos como ponte entre os Estados Unidos e a China para líderes tecnológicos emergentes em ambos os países, entendo os desafios e conheço o tremendo valor que podemos trazer para as empresas em carteira pela ligação com a SASAC. A Silk Ventures pretende ser o melhor sócio para as start-ups internacionais que realmente se têm diferenciado, têm tecnologias impactantes e querem resultados reais quando entram na China. A rede e o apoio contínuo que podemos oferecer são excelentes”.