Serena Capital criar fundo de 80 milhões para as start-ups europeias de Big Data

O BPI, BNP e o Maif investiram no primeiro fundo europeu criado pela Serena Capital, para ajudar a crescer as start-ups francesas e europeias de Inteligência Artificial e de Big Data.

O Facebook não escolheu Paris por acaso para abrir um centro de pesquisas sobre a Inteligência Artificial, nem o francês Yann LeCun para chefiar toda a sua investigação em Inteligência Artificial  no mundo.

Portanto, a França tem claramente uma carta para jogar neste campo e  não só apenas como reserva de talentos para o GAFA (Google Apple Amazon Facebook). A sociedade de capital de risco francesa Serena Capital decidiu lançar um fundo consagrado a esta temática, Serena Data Ventures, que arrecadou cerca de 80 milhões de euros, para ajudar a crescer as mais promissoras start-ups francesas, e europeias também, avança o La Tribune.

Estes fundos foram angariados junto de agentes institucionais e de grandes empresas do universo financeiro, muito preocupadas com o tratamento de dados: Allianz, Maif, mas também a companhia de seguros de saúde MACSF que investiu 13 milhões de euros e o BPI 20 milhões de euros. Investidores privados e escritórios familiares também participaram no Fundo, que estará completamente fechado neste verão e poderá atingir 100 milhões de euros.

Primeiro fundo europeu de Inteligência Artificial e big data

Outros grandes agentes de capital de risco já lançaram fundos nesta área, como a Accel Partners em 2011, no mercado do Big data.  Há também fundos especializados como IA Ventures, em Nova Iorque, ou Data Collective, em São Francisco.

“Estamos orgulhosos de lançar o primeiro fundo europeu sobre este tema. Queremos criar um ecossistema e, para isso, faltava um fundo suficientemente dotado para investir em aplicações do futuro, que vamos encontrar nos seguros e na banca, mas também na saúde, na agricultura, na química, na energia, etc.”, afirmou Xavier Lorphelin, associado, cofundador da Serena Capital.

Serena Data Ventures investirá “tickets” de 500.000 a 3 milhões de euros em rondas de investimento de “start-ups muito jovens, engenheiros que desenvolveram o seu primeiro algoritmo, que conceberam a sua primeira prova de conceito e validado o seu produto com clientes: queremos ajudar na fase de comercialização e internacionalização”, informou Xavier Lorphelin sobre o o fundo, que investirá especialmente em França, mas também na Europa.

Ecossistema francês de Big Data

A primeira start-up a aceitar este desafio foi a Heuritech, que decidiu colocar a sua tecnologia de aprendizagem automática e de reconhecimento de imagens e de textos ao serviço da indústria da moda, para detetar tendências nas redes sociais, ao analisar milhões de fotos colocadas diariamente no Instagram. Fundada há três anos, a Heuritech anunciou recentemente o seu primeiro levantamento de 1,1 milhões, dos quais 750.000 euros na Serena.

“Os nossos parceiros tecnológicos, como o Google e o Facebook, conhecem a Heuritech. Há muito buzz marketing em Inteligência Artificial, mas escolhemos as start-ups tecnológicas, doutorandos de deep learning”, esclareceu Xavier Lorphelin.

O Fundo, que também já assinou um contrato com outra start-up francesa, tem em vista financiar cinco empresas este ano. Para animar este ecossistema, Serena associou-se ao fundo norte-americano FirstMark Capital (com o qual é coinvestidor na Dataïku) para dinamizar um encontro de networking mensal, o “Data Driven Paris”, com universitários, responsáveis de inovação de grandes grupos e start-ups.

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