Estarão as start-ups de biotech a receber mais financiamento que outras indústrias?

As start-ups norte-americanas na área de biotech estão a captar mais investimentos que outros setores de atividade. A análise é da Crunchbase que avaliou este segmento de mercado naquele país.

A Crunchbase, uma plataforma que reúne informações comerciais sobre empresas privadas e públicas, agregou diversos dados sobre as rondas de financiamento que start-ups de biotecnologia nos Estados Unidos receberam entre o início de 2018 e o final de maio de 2019, para perceber se este ramo de atividade está em crescimento.

Os dados analisados por esta plataforma mostram que a área metropolitana de Boston concentra o maior volume de negócios de risco de biotecnologia. Porém, na costa oeste dos EUA, a área da Baía de São Francisco, que inclui a cidade de São Francisco e outras cidades da região de Silicon Valley, supera a região de Boston no volume de financiamento de start-ups de biotech. Todavia, esta região é mais vasta geograficamente e tem uma maior densidade de start-ups no geral.

De salientar que a média de financiamento no ramo da biotecnologia é mais elevado do que noutras indústrias como o desenvolvimento de software. Por exemplo, a média de financiamento de Série B nos Estados Unidos para empresas de software no período em análise é de 22,7 milhões de dólares (19,9 milhões de euros). Por seu turno, a média da série B para empresas de biotecnologia no mesmo intervalo temporal é de 40 milhões de dólares (35 milhões de euros). Um exemplo destacado pela análise da Crunchbase foi a ronda de investimento de 120 milhões de dólares (105 milhões de euros) obtida pela AlloVir, uma start-up na área da imunoterapia.

Este poderia ser um investimento avultado para uma start-up de software, uma das atividades com mais representatividade no mundo das start-ups, mas não tão grande para quem se move na biotecnologia. Isto porque os estudos laboratoriais são mais dispendiosos, e os resultados dos testes menos previsíveis do que a implementação de uma nova estrutura de software. Por outro lado, além da fase de investigação, as start-ups biotech têm ainda que enfrentar os custos de realização de testes clínicos e a eliminação de obstáculos regulatórios, tudo isto antes sequer do produto entrar no mercado.

Analisando estes indicadores, a Crunchbase conclui que embora, à primeira vista, possa parecer que as biotech são uma “mina de ouro” na obtenção de financiamento, o facto é que as start-ups de biotecnologia precisam de obter elevados financiamentos para viabilizar as suas pesquisas nas fases iniciais de atividade.

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