Saiba como o investidor Yariv Cohen seleciona as ideias nas quais investe

Como empreendedor, muitas vezes é difícil saber se uma nova ideia vai funcionar. Mas Yariv Cohen, presidente da Kaenaat, uma empresa de investimento com foco na melhoria socioeconómica em todo o mundo, mostra como analisa as novas oportunidades e as torna em casos de sucesso.
Os empresários estão sempre à procura de novas oportunidades. Mas como saber se uma ideia é boa ou má, num mercado que não conhece bem?
Yariv Cohen, membro da Young Presidents’ Organization (YPO), aprendeu a sentir-se à vontade nos negócios. Para além de um MBA, Cohen possui também um mestrado em Negociações pela London Business School. A sua carreira em energia limpa e investimentos de impacto levou-o a Israel, África, Europa e Ásia. Atualmente, Cohen é presidente da Kaenaat, uma empresa de investimento de impacto com foco na melhoria socioeconómica em todo o mundo, e CEO da Ignite Power, que procura desenvolver e financiar soluções de energia limpa em toda a África.
O site Inc explica como Cohen decide sobre as ideias que devem receber financiamento e como incentiva os empresários a crescer.
1. Viabilidade
Falar sobre melhoria socioeconómica e energia limpa é ótimo – mas, na verdade, é muito mais difícil do que parece. Às vezes, as propostas simplesmente não funcionam. “A primeira coisa”, diz, “é a viabilidade comercial do negócio. Vemos centenas de soluções. A maioria deles não tem realmente um caso de negócio subjacente”. Neste sentido, Cohen afirma: “Seja a longo prazo ou a curto prazo, o negócio tem de fazer sentido e tem de gerar lucro”.
2. Acessibilidade
Cohen opera em áreas do mundo onde o acesso e a eletricidade não são dados adquiridos. Portanto, qualquer empresa que considere deve contabilizar estas variáveis no preço do seu produto. “Quando os custos diminuem, o nosso mercado útil aumenta e podemos obter um retorno sobre o capital”, diz. Cohen refere ainda “tornamos a nossa energia mais barata do que qualquer outra fonte, como velas. Dessa forma, a acessibilidade nunca está longe”. O objetivo de Cohen é melhorar o acesso, não limitá-lo.
3. Consciencialização sobre a Infraestrutura
Em algumas zonas de África, as grandes infraestruturas estão a dar os primeiros passos. Ideias ambiciosas são ótimas, mas exigem um profundo entendimento do que é prático na região. Cohen, no entanto, está otimista sobre esta questão. “A infraestrutura do mundo melhorou”, afirma. “Não vemos a mudança muito no primeiro mundo, mas podemos ver muito mais nos mercados emergentes. Telemóveis, sistemas financeiros, comunicação de TI para controlar a força de trabalho, tudo é transformado desde que possa alcançar e o seu custo”. “Se tem acesso ao telemóvel, eu posso controlar o sistema. E, quando estiver ligado, posso fornecer muito mais serviços e viabilizar soluções comerciais”, conta. Um ponto de acesso abre um mundo de possibilidades.
4. Modelos de negócios criativos
Para fazer com que os produtos funcionem num mercado onde os custos precisam de ser baixos e faltam infraestruturas, Cohen teve de ser criativo. “Precisamos de modelos de negócios novos, criativos ou incomuns”, revela. “Algumas das fontes de água e energia solar que fornecemos são sistemas pay-as-you-go, como um telemóvel pré-pago. O consumidor paga pelo tempo que usa. Então, de repente, o consumidor tem uma maneira de financiá-lo.” E, se o cliente não puder comprar energia num dia, não será forçado a ficar sem energia durante longos períodos de tempo.
5. Compromisso
Fornecer acesso à energia é uma conquista maravilhosa, mas, para Cohen, não é suficiente. Ele acredita que a energia é o começo de um relacionamento de longo prazo. “Torna-se muito local”, diz. “Escolhemos cuidadosamente para onde vamos, porque estamos comprometidos com o local. Quando estivermos num local, oferecemos o maior número de serviços possível”, explica. Acima de tudo, Cohen procura fazer a diferença. “Há muita discussão sobre o conflito entre impacto e retorno. O pensamento é que, se eu quiser ter impacto, vou ter menos retorno e vice-versa. Nós não concordamos com isso. Quando trabalhamos com um empreendedor, investimos em torná-lo melhor, mais eficiente e mais eficaz. Quando isso acontece, pode criar impacto e criar altos retornos”, refere. É uma vitória.
6. Olhar além das fronteiras
Cohen descobriu que alguns empreendedores em mercados emergentes pensam apenas nas suas economias locais. Cohen encoraja-os a olhar para além deste limite. “Tem de pensar fora da sua fronteira. Olhe para os mercados de outros países e pergunte como pode conquistá-lo”, aconselha. Cohen prossegue: “Se o empreendedor local encontrou algo que funcionou muito bem no seu país de origem, o que podemos fazer é ajudá-lo a replicar a sua idea. Se está a dominar o seu mercado numa área, provavelmente está a fazer algo certo e pode ter uma vantagem competitiva no próximo mercado.” Desenvolva o seu próprio sucesso!
7. Esforço
Cohen e a sua equipa fazem um investimento real nos empresários locais. “Para nós, o investimento de impacto não é apenas sobre o tempo – é sobre o esforço que coloca”, diz. Cohen admite: “Se acabou de investir capital, então sim, o seu impacto pode ser limitado e pode encontrar menos oportunidades. Mas se investir o capital e o esforço, essas empresas geralmente superam as expetativas”. A diferença está no esforço!