SADC: Um mercado com valor para os empresários portugueses

Os países africanos que integram a SADC – Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral estiveram em destaque no Portugal SADC Business Forum’19, que decorreu ontem, em Carcavelos. “New opportunities, new horizons” foi o lema do evento.

O mercado empresarial africano e as relações com Portugal estiveram ontem em debate no Portugal SADC Business Forum’19, uma iniciativa organizada pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Sul Africana (CCILSA), conjuntamente com a Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola (CCIPA), e que teve como objetivo colocar em contato atores relevantes de ambos os lados, sensibilizando e disseminando conhecimento sobre o tema e reunindo empresários no sentido de identificar oportunidades concretas de negócio.

O evento, realizado na Nova SBE, em Carcavelos, reuniu nomes ligados ao mundo empresarial nacional e de vários mercados africanos, entre os quais Angola, Moçambique e África do Sul.

Tim Vieira, recém-empossado presidente da CCILSA, iniciou a sessão de trabalhos e o primeiro painel dedicado ao tema “Cross Border Opportunities And Investment”. O debate contou a presença de Jaime Esteves, partner da PWC, Godfrey Johnson, COO da Kemcore, Fernando Costa Lima, da Universidade do Porto, António Nunes, CEO da Angola Cables, Nonhle Nadal, Head of NN Group, e Hélder Preza, presidente não executivo do conselho de administração da TAAG, que partilharam com o auditório diferentes pontos de vista sobre esta temática.

“My experience in the market” foi o ponto de partida para o segundo painel que reuniu Carlos Santos, CEO da Nuvi Group, Sakuzmi Makozoma, presidente executivo da Saki Holdings e vice-presidente da Vodacom, Carlos Oliveira, managing partner da LBC, José Carlos Beato, regional general manager do Grupo Nabeiro, e Paulo Oliveira, presidente da comissão executiva e CEO, accionista do Grupo Salvador Caetano East África.

Os presentes partilharam com o auditório as suas experiências empresariais nos diferentes mercados em que as empresas que lideram estão presentes e deixaram algumas conclusões. Uma das opiniões dominantes neste painel foi a que a SADC é um mercado com valor para os empresários portugueses.

José Carlos Beato, da Delta, lembrou que a realidade africana é muito diferente de país para país, enquanto Paulo Oliveira do grupo Salvador Caetano reforçou a ideia de que não pode  haver negócios se os empresários não se puderem movimentar, aludindo à necessidade de cooperação entre países no que toca à eliminação de algumas barreiras. Além disso, considerou importante a questão da partilha, da inovação e da tecnologia e lembrou o quão são importantes as parcerias locais.

Já o presidente executivo da Saki Holdings e vice-presidente da Vodacom, Sakuzmi Makozoma destacou a importância da educação nas gerações africanas mais novas, frisando que é preciso investir na educação já que esta está na base de tudo, referiu.

De acordo com Carlos Santos da Nuvi Group, é preciso as empresas irem para os países africanos fazendo o seu melhor. E a lógica, do ponto de vista empresarial, tem de se basear mais nos mercados específicos em que cada empresa se vai desenvolver. Destacou a importância das sinergias regionais, não sem antes lembrar que, no contexto africano, estas são sempre um desafio.

O responsável da  Delta foi mais longe na sua análise ao salientar que “as empresas quando vão para África têm de estar preparadas para sofrer, têm de estar preparadas para os altos e baixos porque são economias mais instáveis”, afirmou.  “As empresas europeias muitas vezes não estão preparadas para os ritmos de África”, acrescentou. Lembrou que a falta de informação acerca dos mercados também é uma lacuna e que “apesar de muitas vezes se falar a mesma língua nem sempre nos entendemos”, frisou.

Concluída a sessão de debate em volta do tema “My experience in the market”, ficaram como ideias-chave a importância da aposta nas pessoas, em novas ideias e projetos, na inovação e na tecnologia, no investimento para ganhar escala e a necessidade de alguma capacidade para “sofrer” para que as empresas devem estar preparadas.

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