Relatório da Sage e da Cebr prevê crescimento positivo das PME
O relatório “SMBs Driving Economic Recovery”, divulgado ontem, destaca o papel das PME na recuperação económica. Em Portugal, estima-se que contribuam com 73 mil milhões de euros para a economia até 2025.
Apesar da incerteza económica, o novo relatório da Sage e acredita que é expectável um crescimento positivo das Pequenas e Médias Empresas (PME), a nível global e nacional, entre 2022 e 2025. Têm vindo a tornar-se cada vez mais resilientes e vão continuar a contribuir significativamente para a economia global e nacional nos próximos três anos, salienta o relatório.
Desenvolvido em conjunto com o The Centre for Economics and Busines Research (Cebr), o “SMBs Driving Economic Recovery” centra-se no papel das PME na recuperação económica em oito mercados chave – Alemanha, Canadá, Espanha, EUA, França, Irlanda, Portugal e Reino Unido –, recorrendo a dados desde 2005, com o objetivo de prever as tendências de crescimento entre 2022 e 2025. E neste grupo de países, e no período referido, o documento prevê que o número de novas PME aumente anualmente em 1.7%.
Em Portugal, a previsão é que cresça em 22 mil empresas, entre 2022 e 2025, atingindo as 917 mil PME em 2025. Esta análise de mercado estima também que, no mercado nacional, a contribuição das PME para a economia deva atingir os 73 mil milhões de euros até 2025, representando 68,8% de todo o valor acrescentado bruto das empresas no país.
Na análise aos oito países que integram estudo, o “SMBs Driving Economic Recovery” constata também que algumas economias tiveram mais sucesso do que outras, e que a tecnologia foi um fator determinante para esse sucesso. A Alemanha, por exemplo, teve um desempenho de destaque durante o período pós-crise, com o crescimento sustentado no emprego e contribuição económica das PME durante e após a crise de 2007/2009.
Comparativamente, as PME portuguesas passaram algumas dificuldades no período após essa recessão económica, com o número empresas e de empregos a cair entre 2008 e 2013.De acordo com o estudo, esta disparidade em relação à Alemanha parece estar ligada à digitalização.
Ao examinar de perto os desenvolvimentos das PME por setor, o estudo concluiu ainda que, em particular, os setores profissional, científico e técnico obtiveram fortes ganhos com a digitalização e foram importantes para a recuperação na maioria dos mercados. No caso português, por exemplo, em 2015 foram 17% das empresas criadas foram do setor de TI.
José Luis Martín Zabala, Managing Director da Sage Iberia, alerta que “apesar do crescimento projetado para as PME ser um sinal positivo, a concretização desta previsão requer um esforço coletivo entre governos e empresas de todas as dimensões”. Ainda segundo este responsável “é fundamental aumentar os esforços para assegurar que cada PME conta com as melhores soluções digitais disponíveis, fácil acesso a financiamento, recursos e infraestruturas de classe mundial para permitir um futuro de sucesso. O crescimento das PME não acontecerá por osmose; elas precisam de apoio contínuo para assegurar a resiliência empresarial num período de crise económica”.