Quer investir? Tire lições da série The Walking Dead

The Walking Dead é a famosa série de zombies da AMC que, à parte do terror e da violência, contém também ensinamentos para quem quer investir, já que investir no meio da crise não é muito diferente do que sobreviver entre os mortos-vivos.
Se é fã de The Walking Dead desde a sua estreia em 2010 e está a pensar em investir, então este artigo é para si. Apesar da carga dramática que transmite, esta série partilha uma série de ensinamentos para os investidores.
Paul Vigna trabalhou como crítico televisivo para o blogue Speakeasy, do The Wall Street Journal, escrevendo críticas sobre a série televisiva da AMC. Cada vez que o repórter via a série tentava encontrar ideias centrais, novos ângulos, o elemento humano que elevou a história além de um banho de sangue de zombies.
“Notei também que a série tem boas lições para os investidores. Porque, de verdade, investir nestes dias não é muito diferente de tentar sobreviver numa área rural atormentada pela chegada de um apocalipse com zombies”, explica, citado pelo portal Empreendedores.News.
Desta forma, Paul Vigna partilhou uma lista de lições que os investidores podem tirar do The Walking Dead, com analogias relevantes para o mercado oferecidas por dois gestores, que também são fãs da série: Jim O’ Shaughnessy, da O’Shaughnessy Asset Management, empresa de gestão de fundos, em Connecticut, Estados Unidos, e John Schwinghamer, da ScotiaMcLeod, que fornece serviços de consultoria, em Montreal, no Canadá.
Não entre em confronto com os zombies
Na segunda temporada, o jovem e curioso Carl Grimes defronta-se com um zombie preso na lama. Em vez de correr, Carl consegue lutar com ele e atira-lhe pedras. Claro, o zombie é libertado, quase come Carl e cria o caos mais tarde.
Analogia relevante com o mercado: “Muitas empresas são como zombies que estão presas na lama, movem-se, mas as luzes não estão acesas”, disse Schwinghamer, que é também autor do livro Purple Chips. “Estas empresas continuam a diluir os lucros, estão orientadas para as vendas e não favorecem os investidores”.
Não espere que uma má ideia se torne boa
Mais uma vez, uma lição tirada da segunda temporada da série. Quando Sophia é perseguida na floresta pelos zombies, o grupo gasta muito tempo à sua procura. Mesmo quando se pensa que ela não poderia ter sobrevivido, o xerife Rick Grimes continua a procurá-la. Finalmente, Sophia é encontrada: transformada num pequeno zombie.
Analogia relevante com o mercado: Schwinghamer apontou a BlackBerry como um exemplo de uma empresa que queimou os seus investidores na esperança de recuperar. “O BlackBerry é um excelente candidato a zombie”, frisou. Os dias bons da empresa foram deixados para trás, mas “de alguma forma (os investidores) pensam que esta empresa dará uma volta. Não sei se vai acontecer”, explicou. “É o chamado de efeito de disposição”, acrescenta O’Shaughnessy, autor de What Works on Wall Street. “Os investidores vendem aos vencedores muito rápido, e mantêm os perdedores durante demasiado tempo”.
Não confie nos eloquentes
Os sobreviventes atordoados que se dirigem para a cidade de Woodbury são atraídos pelas promessas do “Governador”, um homem que se torna tão malévolo que assassina a maioria dos habitantes a sangue frio quando desafiam as suas ordens.
Analogia com o mercado: “Muitas vezes, tomamos decisões de investimento com base numa apresentação muito carismática”, revelou O’Shaughnessy. Existem estratégias que prometem no curto prazo, mas que falham no longo prazo, disse. “Nas mãos de um homem carismático, podem ser manipuladas com o propósito de tirar vantagem”. O’Shaughnessy é um verdadeiro defensor de pôr à prova as teorias de investimento com dados históricos e de ter, e manter, um plano de investimento bem elaborado que evite tendências e modas.
A sorte às vezes ajuda, mas a inteligência é mais confiável
A sorte desempenha um papel importante na hora de sobreviver a um apocalipse com zombies, mas os sobreviventes de longo prazo, como Rick, Tyreese ou Michonne, confiam mais na sua inteligência do que na sorte.
Analogia com o mercado: Os investidores que se agarram a uma empresa quando esta parece estar condenada pagam o preço da sua aposta. Segundo O’Shaughnessy é muito difícil distinguir entre o que foi sorte e o que foi resultado de uma estratégia habilidosa. Em todo caso, os investidores precisam de estar conscientes do processo. Um mau processo pode levar a um bom resultado, mas o que acontece com mais frequência é que um bom processo leva a um bom resultado, e um mau processo a um mau resultado. Tudo deve ser baseado em evidências.