Portuguesa Connected angaria 2 milhões para revolucionar a conectividade a partir do Espaço
A ronda pre-seed levantada permitirá à start-up portuguesa do setor espacial expandir a equipa e acelerar o desenvolvimento da sua tecnologia proprietária. Os primeiros testes no Espaço devem realizar-se este ano.
A Connected, start-up portuguesa que desenvolve soluções de conectividade NB-IoT (baixa largura de banda para a Internet das Coisas) a partir do Espaço, anunciou uma ronda de investimento pre-seed de 2 milhões de euros, referindo que é “a maior de sempre captada por uma empresa do setor espacial em Portugal”. Na ronda, coliderada pela Shilling VC, pela Iberis Capital e pela FundBox, também participaram a Amena Ventures, o business angel Keith Willey e a britânica Octopus Ventures, que lidera um dos maiores e mais ativos fundos de investimento da Europa.
Com este investimento, a Connected vai expandir a equipa e acelerar o desenvolvimento da sua tecnologia proprietária, cujos testes no Espaço se perspectivam realizar já no final de 2024.
“A concretização desta ronda de investimento é um marco significativo para uma empresa que foi fundada apenas há um ano. Estamos muito entusiasmados com o apoio que conseguimos reunir, juntando em nosso redor um conjunto de investidores de renome, que partilham a nossa visão. Com este investimento, damos mais um passo na construção de uma rede global de conectividade IoT, que apoiará a transformação digital e a transição climática na Terra, para além de contribuir para a sustentabilidade do Espaço, limitando o número de novos ativos em órbita”, assinala Tiago Rebelo, cofundador e CEO da Connected, citado em comunicado.
Fundada em 2023 por André Guerra, Hélder Oliveira, Raquel Magalhães e Tiago Rebelo, e com escritórios na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto, e sede no Instituto Pedro Nunes (IPN), em Coimbra, onde está incubada como parte da iniciativa de incubação de empresas da Agência Espacial Europeia (ESA-BIC), a empresa ambiciona fornecer conectividade standard, global, acessível, descomplicada e sustentável, promovendo uma nova geração de modelos de negócio baseados em baixos volumes de dados, eliminando as limitações de rede em zonas remotas, incluindo no Oceano.
A procura por conectividade a partir do Espaço está a crescer, impulsionada pelo crescimento exponencial de dispositivos IoT em áreas desprovidas de cobertura de rede móvel celular terrestre, refere a start-up. As projeções indicam que o número de dispositivos IoT que precisarão de conectividade via satélite excederá os 21 milhões, em todo o mundo, até 2026. Este crescimento deve-se sobretudo ao facto de aproximadamente 80% do planeta não ter cobertura de rede móvel celular terrestre, uma limitação significativa à aquisição de dados e à consequente geração de novos negócios nestas regiões.
Para enfrentar este desafio, a Connected está a desenvolver um sistema rádio proprietário, autónomo, escalável e integrável em satélites de terceiros, em órbitas baixas (LEO), capaz de fornecer conectividade standard e global, de baixa largura de banda, otimizada para soluções de baixo-custo e baixa-potência.
A rede em desenvolvimento integrará nós espaciais e terminais terrestres, fornecendo serviços de conectividade para aplicações pessoais (por exemplo, apoio de emergência em áreas remotas), bem como aplicações IoT, que promovem a transição climática (na prevenção de incêndios e proteção da vida selvagem, por exemplo), e ainda a transformação digital (na agricultura de precisão, na aquacultura e na vigilância e defesa do território, entre outras áreas).