Entrevista/ “Ponham mãos à obra, façam acontecer”

André Santos, fundador da What a Tutor

Este é o conselho de André Santos, fundador da plataforma What a Tutor, aos jovens empreendedores nacionais. Criador de uma plataforma que reúne explicadores a nível nacional, André conta a sua experiência na rubrica Link To Acredita Portugal.

Com apenas 23 anos, André Santos é a prova de que o empreendedorismo acontece quando menos se espera. Foi o seu caso. No primeiro da faculdade, um colega de curso pediu-lhe para lhe dar explicações e aceitou o desafio. A partir daí, e através do “passa palavra”, começou a ter cada vez mais alunos. Foi algo em que nunca tinha pensado, algo que não criou por obrigação nem por necessidade financeira, mas onde viu uma oportunidade de poder ajudar outros alunos.

Começou por criar uma página no Facebook para perceber a recetividade à iniciativa e, para sua surpresa, começou a receber pedidos de alunos de outras faculdades e de outros cursos. Mas como muitos dos pedidos saíam fora do seu âmbito de estudos teve de encontrar quem pudesse responder a essa procura. E foi aí que pensou que podia ir mais além. No espaço de um ano criou, através das redes sociais, uma equipa de 360 explicadores e, sempre que recebia um pedido de explicação fazia o contacto com o explicador e retirava a sua comissão.

Até que chegou uma altura em que teve necessidade de automatizar todo este processo. Lançou uma plataforma online, em outubro de 2017, com a designação Explica-me que, no ano passado, mudou para What a Tutor.

Hoje tem cerca de 600 explicadores, a nível nacional, apesar do foco ainda estar em Lisboa. O modelo de negócio baseia-se na mensalidade que cobra ao explicador pela inscrição na plataforma.

Neste ainda curto percurso empresarial, e apesar de estar a ser bem-sucedido, André Santos reconhece ter errado ao avançar com a sua ideia ser ter feito um estudo de mercado prévio. “Tinha uma vontade gigante de passar ao próximo passo, de fazer a transição entre o que fazia manualmente para o automático. Fazer essa transição, sem uma fase  “beta teste” foi talvez o maior erro”, explica.

Confessa que o projeto tem sido uma aprendizagem diária e constante e que a sua maior lição tem sido aprender a conhecer-se.  “Pensava que ao lançar a plataforma ia ser tudo muito bonito, ia faturar bastante, mas não foi como as minhas expetativas e foi uma dor tremenda. Mais vai ao encontro daquilo que é a palavra empreendedorismo (empreender+dor) que senti ao lançar o projeto. Não estava à espera desse impacto e isso foi muito mau psicologicamente. É essa aprendizagem que eu retiro”.

Para si, a melhor inspiração é estar rodeado de boas pessoas, de outros empreendedores, de pessoas com muita motivação porque é com estas pessoas que conseguimos criar coisas únicas. Tal como o inspiram todas as leituras que faz, como os exemplos de vida de outras pessoas. “Crescemos pessoalmente e percebemos que podemos fazer algo de novo para a sociedade”.

Na sua breve história de empreendedor aconselha a pessoas a meterem mãos à obra. “Não têm nada a perder. Façam acontecer, inscrevam-se em concursos. Não custa tentar. Somos novos e temos a vida pela frente”.

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