Opinião
Como podem as empresas portuguesas ser mais competitivas?
Todas as empresas necessitam de ser competitivas. Hoje, mais do que nunca, além de necessitarem de desenvolver uma estratégia ganhadora a nível nacional, as empresas Portuguesas precisam de ser competitivas a nível global. Como? Fácil… adaptando-se ao ambiente competitivo.
A palavra chave é ‘adaptar’! E é necessário não só compreender como melhor se podem adaptar no presente, mas também como podem prever o que necessitam fazer, para se adaptar ao ambiente competitivo no futuro. Mas será assim tão fácil?
Cada vez mais, os gestores e o C-Suite utilizam o acrónimo VUCA – a volatilidade, a incerteza (do inglês uncertainty), a complexidade e a ambiguidade – para descrever o ambiente competitivo. Note-se, a volatilidade decorrente de acontecimentos como o 11 de Setembro, a incerteza gerada pelo Brexit e Donald Trump ser o novo presidente dos EUA, a incapacidade de identificar singularmente a(s) causa(s) que lhe deram origem, a complexidade dos mercados e dos produtos financeiros, ou a magnitude dos impactos de todos estes acontecimentos.
Neste contexto, e derivada destes quatros fatores, a capacidade de compreensão e previsão do que irá acontecer é quase impossível. E, cada vez mais, os gestores indicam o VUCA como um impedimento para desenvolver estratégias de longo prazo. Mas isto é uma subversão do tema. Uma abordagem digna dos melhores Spin Doctors.
Na realidade, para desenvolver uma estratégia ganhadora, não necessitamos de ter previsões heróicas sobre o futuro. Precisamos, sim, de compreender bem o ambiente competitivo e, se possível, adaptarmo-nos a ele, à medida que o mesmo vai evoluindo. Precisamos apenas de definir um objetivo e desenvolver um plano para o atingir – note-se que é isto a definição de estratégia.
Mas precisamos de mais. Precisamos de um sistema que monitorize o ambiente competitivo em tempo real, que nos indique o caminho mais fácil para atingir o nosso objetivo e, em consequência, que adaptações temos de fazer ao nosso plano, sem mudar a estratégia. Estas adaptações serão feitas para aproveitar as oportunidades e mitigar as ameaças decorrentes do VUCA – da volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade decorrentes da evolução dos acontecimentos.
Mas como? Como prever o que acontecerá aquando da expansão para um mercado externo? Ou, como pode a rentabilidade da nossa indústria aumentar ou diminuir? Ou, como vai o principal concorrente responder ao lançamento do nosso mais recente produto ou serviço? Ou, como vai a minha start-up conseguir ter sucesso no mercado, ganhando quota aos incumbentes, ou simplesmente criar um novo mercado?
Fácil… tendo ao seu dispor o ‘Google Maps’ da gestão. Ou em “português”, Competitive Intelligence (CI). CI é a capacidade de processar dados e informação, de modo a obter insights acionáveis. Literalmente, ser capaz de compreender um determinado assunto, para tomar uma decisão informada e correta, neste caso, sobre o ambiente competitivo – político, económico, social, tecnológico, ambiental, legal, num determinado contexto geográfico, e sobre os concorrentes, a indústria, os clientes e os consumidores.
Como refere Traun Khanna “A maioria das verdades universais sobre gestão resultam de maneira diferente, em contextos diferentes.” Se queremos ter sucesso, temos de conhecer o contexto. O conhecimento, adaptação e antecipação das empresas ao contexto deverá ser como o fluir de um rio, ultrapassando os obstáculos que encontra no seu caminho pela via da menor resistência.
Obviamente que contamos sempre com o proverbial desenrasca, onde somos exímios, mas, por vezes, o desenrasca vem já tarde demais.