Plataforma de inteligência artificial da IBM pode chegar a mil milhões de pessoas em 2017

O Watson Portugal Summit 2017 explorou as capacidades e utilizações do IBM Watson, bem como da tecnologia blockchain, recorrendo a casos reais. A tecnológica espera chegar a mil milhões de pessoas até ao final de 2017.

A IBM Portugal realizou em Lisboa o Watson Portugal Summit 2017, onde apresentou as grandes tendências tecnológicas e de negócio, e deu a conhecer casos reais baseados no sistema cognitivo Watson, plataforma de inteligência artificial (IA).

A tecnológica espera alcançar mil milhões de pessoas até ao final de 2017 com o Watson, incluindo 200 milhões de consumidores em múltiplas indústrias e 200 milhões de pacientes.

“A IBM traz o Watson Summit a Portugal para demonstrar a sua verdadeira capacidade para acompanhar as diversas organizações e setores na transformação digital através de soluções cognitivas e da plataforma cloud para ter acesso a informação crítica, relacionar-se de forma diferente, tomar decisões com uma maior confiança e executar melhor o trabalho de cada um de nós”, referiu António Raposo de Lima, presidente da IBM Portugal.

Segundo o responsável, “já não estamos no domínio da ficção científica, nem estamos a falar de utopias, mas a viver um momento único, disruptivo e dinâmico que exige uma transformação contínua e sem precedentes, e que, sem dúvida, é já uma realidade para a qual temos exemplos concretos nos mais diversos setores de atividade”.

O IBM Watson consiste numa tecnologia emergente que está a ser aplicada em várias áreas para dar apoio aos profissionais em inúmeras indústrias, ajudando a resolver grandes desafios, como o tratamento e prevenção de doenças ou a personalização da educação, como é o caso da parceria da IBM com a Rua Sésamo.

O Watson consegue ler cerca de 5 mil novos estudos médicos por dia, para além de permitir a utilização de dados médicos e de cada paciente para um tratamento mais personalizado. Trata-se de um sistema que aprende à escala, raciocina com um propósito e interage com humanos de forma natural para apoiar a tomada de decisões. A computação cognitiva utiliza tecnologias de linguagem natural, de machine learning e de raciocínio automático. Estas capacidades foram desenvolvidas para dar resposta a uma grande variedade de problemas práticos, aumentar a produtividade e adotar novas descobertas nos vários setores.

Os números do Watson avançados apontam, para os analistas de TI, uma monitorização de mais de 35 mil milhões de eventos de segurança por dia. Já no apoio ao cliente, cada colaborador conseguirá resolver problemas 70% mais depressa e responder a 33 mil questões diferentes de 33 mil clientes diferentes.

Num mercado de IoT, que se espera atingir os 14,2 biliões de dólares (cerca de 12,7 mil milhões de euros) até 2022, a IBM encontra-se a trabalhar com mais de 6 mil clientes de IoT em seis continentes, incluindo sete das dez maiores empresas automóveis, oito das dez maiores empresas de exploração de petróleo e gás e nove dos 15 aeroportos mais movimentados.

Em termos de casos reais, a Kone, empresa de elevadores, utiliza o Watson IoT na análise dos dados dos seus elevadores e das escadas rolantes em todo o mundo para assegurar um transporte de pessoas de forma segura, eficiente e tranquila. “O IBM Watson auxilia na prevenção da condição do elevador ou da escada rolante, ajudando os clientes a gerir o seu equipamento ao longo de todo o seu ciclo de vida. Ao injetar este tipo de inteligência artificial nos seus serviços, a Kone passa a conseguir prever e, até, sugerir resoluções para potenciais problemas”, referiram.

Outra das tecnologias abordadas no evento foi o blockchain. Esta tecnologia, foi apontada como a que irá definir a forma como as transações serão no futuro, tendo sido caracterizada como imutável, transparente e extremamente segura, fornecedora de uma visão única da verdade a todos os intervenientes num dado contexto ou processo, ao mesmo tempo que faculta visibilidade seletiva com base nas suas credenciais.

A sessão concluiu que o blockchain não se aplica apenas às instituições financeiras e que pode ser implementado em todo o tipo de setores, como retalho, saúde e entretenimento, para gerir de forma mais adequada o fluxo de bens e pagamentos com maior velocidade e menos riscos. Por exemplo, as instituições financeiras podem liquidar títulos em minutos em vez de dias, e os fabricantes podem reduzir as retiradas de produtos, partilhando o registo de produção com outras fabricantes e reguladores.

Como caso real foi relembrada a nova solução de blockchain recentemente anunciada pela AIG, IBM e Standard Chartered, que cria uma nova linha de segurança e transparência no processo de subscrição de produtos com o fim de permitir às duas empresas oferecer seguros multinacionais de forma mais eficiente, tendo em conta que a coordenação de gestão de colocação de múltiplas apólices de seguros em vários países é altamente complexa.

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