Pandemia estimula desenvolvimento de cidades inteligentes

Quatro cidades europeias estão a redefinir o futuro da “nova” vida urbana, tornando-se cada vez mais cidades inteligentes. A aplicação de novas  tecnologias e ferramentas durante a pandemia pode estar para ficar.

À boleia da Covid-19, algumas cidades europeias estão a adotar cada vez mais o perfil de cidades inteligentes e a redefinir os parâmetros da vida urbana como a conhecemos. Com melhores redes de transporte público, mais focadas na redução de emissões de C02 e na sustentabilidade, e com uma população mais interessada em andar de bicicleta, as cidades europeias estão mais “inteligentes”, fruto obviamente do recurso a redes e serviços mais eficientes com a implementação de telecomunicações digitais.

Durante o surto de Covid-19, e à medida que o mundo avança para um estilo de vida cada vez mais digital, foram aparecendo novas soluções e ferramentas como drones, painéis em tempo real, novos tipos de vigilância, aumento dos serviços de e-saúde, educação on-line e trabalho remoto. Além disso, houve também grandes mudanças na produção à medida que aceleram as estratégias de transformação digital.

Algumas cidades europeias dão passos firmes neste caminho e o Silicon Canals destacou quatro exemplos que estão a marcar a tendência no domínio das cidades inteligentes e que dificilmente deverão regressar ao estilo de vida anterior depois da pandemia passar.

Copenhaga (Dinamarca)

A capital da Dinamarca é frequentemente apelidada de cidade verde em todo o mundo, e recebeu muitos elogios pelo facto, e não deve demorar muito para uma recuperação urbana após o bloqueio da Covid. A cidade liderou o Siemens Green City Index para a Europa e possui uma das mais baixas emissões de carbono per capita do mundo, mantendo um plano ambicioso de as minimizar ainda mais já que aspira atingir a neutralidade de carbono até 2025.

Copenhaga emerge como líder no setor da mobilidade inteligente, uma vez que possui novas estratégias centradas no ambiente e possui muitas start-ups especializadas em criar soluções inovadoras de mobilidade. Por exemplo, a cidade possui uma bateria gigante para carregar os carros elétricos estacionados ou extrair energia dos mesmos para otimizar a rede elétrica local. Também existem novos aplicações que garantem uma vida urbana inteligente para os residentes. Além disso, a cidade possui supermercados sustentáveis, que usam a tecnologia de digitalização para classificar embalagens e recompensar os clientes pela reciclagem, motivando-os a viver um estilo de vida mais sustentável.

Amesterdão (Holanda)

A capital holandesa tem a maior taxa de utilizadores de bicicleta, o que por si só já é um ponto a favor para o futuro pós-bloqueio. É apontada como a única cidade do mundo a ter mais bicicletas do que o número de pessoas. Em média, cerca de 10 mil bicicletas estão estacionadas na cidade.

Além das bicicletas, Amesterdão também é conhecida por outros aspetos que aumentaram seu potencial como uma cidade inteligente. A parceria público-privada Amsterdam Smart City, está focada no uso da cidade como um “laboratório” urbano para o uso de novas soluções de mobilidade, o que inclui soluções inteligentes de estacionamento, desenvolvimento de armazenamento de energia em casa, por exemplo, melhorando assim a qualidade de vida dos residentes.

Além das soluções de mobilidade, Amesterdão possui um elevado número de pontes, e a ponte MX3D da cidade é a primeira feita de aço impressa em 3D do mundo construída em colaboração com a Arup e apoiada pela Autodesk, entre outros parceiros. Também esta cidade tem contado com o apoio de start-ups inovadoras ​​que a ajudam alcançar o status de cidade inteligente, como são os casos da Viriciti, da AppSpots ou da Parkius.

Bruxelas (Bélgica)

Bruxelas tem adotado uma manutenção mais proativa dos veículos, tem reforçado a capacidade de atender mais passageiros com deficiência, seguido uma maior transparência no uso de fundos públicos e reduzido o impacto ambiental. O EIT ICT Labs, com sede em Bruxelas, é uma das primeiras comunidades de conhecimento e inovação criadas pelo Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia a alcançar esses objetivos.

Enquanto Bruxelas estiver a par com o transporte público inteligente a cidade está a preparar-se para liderar as infraestruturas da cidade inteligente, uma vez que já está a experimentar novas tecnologias e soluções de trânsito, como veículos elétricos acessíveis, pontos de carregamento e entregas rápidas através de contactes através de robôs terrestres. Bruxelas terá também novos tipos de materiais de construção, construção mais ágil e novas abordagens de acomodação.

Haia (Holanda)

A capital “política” da Holanda está a explorar novas opções de iluminação em muitas áreas, incluindo em Scheveningen, uma localidade conhecida como destino turístico situada no município de Haia. As novas luzes de rua, além de  esteticamente agradáveis, melhoram o desempenho energético e são controladas remotamente.

O projeto está a ser estudado pela DE NOOD, uma das principais fornecedoras clássicas de design de iluminação pública na Holanda, que se uniu-se à Tvilight, uma empresa de iluminação de inteligência. As duas instalaram iluminação que valoriza a aparência da área e usa a gestão de dados de cidades inteligentes de ponta. Outra das start-ups ​​envolvidas na  transformação da cidade é a OCTO que otimiza edifícios alimentados por dados.

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