Opinião

Operacionalização tecnológica triunfa na pandemia

Marcelo Tupan, COO Tlantic

O ano de 2020 foi determinante para alguns setores, nomeadamente, para aqueles cujas atividades estão relacionadas com os bens essenciais. No caso do setor do retalho alimentar, a pandemia levou aos desafios do aumento da procura, assim como da imprescindível disponibilidade de produtos e uma complexa gestão da logística sobre como manter a produtividade operacional das equipas.

Outro dos paradigmas foi o aumento exponencial das compras online, que levou a que muitas empresas redefinissem, com urgência, o seu modus operandi. Os períodos em que grandes grupos obtiveram os melhores resultados de vendas coincidiram, consequentemente, com os momentos mais caóticos destas mesmas organizações.

Por estas razões, mas não só, 2020 foi um ano de consolidação, mas, principalmente de crescimento, apesar de atípico. A crise mundial, originada pela Covid-19, evidenciou que o investimento numa estratégia omnicanal, ou seja, que reúne todos os canais que ligam o cliente à marca, atenuando as fronteiras entre o mercado eletrónico e o físico, é urgente e imprescindível.

A conexão eficaz entre o físico e o digital foi o maior desafio para as grandes empresas que demonstra(ra)m uma forte necessidade de otimizarem métodos. A inovação tecnológica aliada a uma estratégia baseada na análise de dados permite melhorar os stocks, preços, qualidade do trabalho dos funcionários e muito mais.

O efeito dos dados na operacionalização digital será cada vez mais vantajoso para a estratégia dos negócios. Estar na “linha da frente” com avançados processos de gestão originará uma coordenação de projetos mais eficaz.

Estamos a presenciar mudanças estruturais nos hábitos dos consumidores. Cada vez mais pessoas optam por fazer as suas operações nas mais variadas vertentes via online. As lojas virtuais, por outro lado, já são bastante próximas dos consumidores, pelo que, num futuro próximo, o online e o offline facilmente coabitarão. O modelo empresarial híbrido substituirá todos os métodos tradicionais. Mas é importante ressaltar que a loja física não vai acabar.

O desafio atual é organizar a informação para tornar as empresas mais competitivas. O aumento da complexidade dos processos de compras demonstra que o poder do “conhecimento” é a chave para todos os negócios de sucesso no futuro.

Os modelos de operação precisam de ser ajustados de forma muito mais acelerada. Num mundo cada vez mais digital, o “novo normal” será diferente do que estamos habituados e, em breve, todos estaremos organizados para este novo paradigma.

Na Tlantic o desafio da inovação e da transformação digital já se impunha mesmo antes da pandemia, mas este período de exceção veio acelerar e tornar mais evidente e necessário este trabalho. Apesar de termos atravessado um período conturbado, tal como todos os clientes que servimos, tornamo-nos fulcrais para várias áreas de negócio que conseguiram manter, ou até mesmo, melhorar o seu desempenho, graças aos sistemas de gestão que adotaram.

Este período de exceção fez-nos acompanhar comércios essenciais, como exemplo as farmácias e supermercados, nos quais as suas missões foram ultrapassadas com o êxito projetado.

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Com mais de 25 anos de atuação exclusiva no segmento de retalho, Marcelo Tupan construiu a sua carreira na Sonae (Sonae Distribuição Brasil, Sonae Distribuição Portugal e Sonae Corporate Center). É especialista na gestão de projetos de grande porte em TI, em diversos segmentos, como a implantação global do ERP, implementação Global de Mobilidade e de Operação de loja e de Sistemas de Recursos Humanos, entre outros. Atualmente é COO (Chief Operation Officer) da Tlantic e responsável pelos programas de transformação da loja através da tecnologia e da inovação de processos.

Graduado em Engenharia de Software e Administração, pela Universidade Estadual de Maringá, Brasil, conta com uma pós-graduação em Sistemas de Informação, pela Universidade Federal do Paraná, além de diversos cursos de especialização realizados na Escola de Gestão do Porto, na London Business School, na The European CIO Association, Henley Business School – University of Reading, London, TUM (Technische Universitat Munchen) e TIAS (School for Business and Society).

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