O que o mundo animal pode ensinar sobre liderança

O mundo animal pode ter várias dicas para nos ensinar sobre liderança. Desde os gorilas aos leões ou aos elefantes são muitas as lições que se podem retirar sobre os diferentes estilos de liderança.

Pesquisas desenvolvidas no Zoológico de Taronga em Sidney, na Austrália, têm analisado os sinais de liderança na vida animal selvagem, concretamente em algumas espécies. Coordenada por Erna Walraven, curadora do zoo, a pesquisa, citada pela publicação australiana 7News, centra-se na forma como os animais vivem em “sociedades” e como cada grupo tem as suas regras, mantidas pelos líderes do grupo.

Tal como entre os humanos, também no reino animal os estilos de liderança são distintos. Começando pelo chimpanzé este é considerado o Líder Político. Esta espécie usa a inteligência, alianças políticas ou mesmo a violência para obter e manter o poder dentro do grupo.
Os machos dominantes governam em coligação, embora um macho mantenha a posição alfa. Alguns  chimpanzé só chegam ao topo do grupo através de bullying, intimidação e violência, mas estes líderes não duram muito tempo. Os líderes de chimpanzé que chegam ao topo por causa das suas alianças são os que duram mais tempo numa posição de liderança.
Os chimpanzés também são bons na resolução de conflitos – consolam os membros do grupo enlutados, por isso são muito bons a dar conforto. Além disso cultivam boas relações com todos os membros do grupo para que, se houver um conflito, estes estejam ao lado do líder.

No caso das fêmeas de hienas malhadas, estas usam o estilo  Líder Adaptável. As fêmeas desta espécie evoluíram, têm uma classificação mais alta do que qualquer um dos machos e desenvolveram tipos específicos de genitais que se parecem muito com os machos. As fêmeas têm um estatuto mais elevado no grupo e os machos são subservientes a todas as fêmeas, principalmente quando se trata das crias. Aliás, no grupo das hienas, até as crias têm uma posição mais alta do que os machos o que tem impacto na sobrevivência destas.

Os gorilas são o exemplo do Líder Autocrático. É um grande e poderoso líder encarregue de todas as decisões do seu grupo. Um gorila é simultaneamente adorado e temido pelos restantes membros do bando, exclusivamente formado por fêmeas. É o protetor do seu grupo e colocará a sua vida em risco para proteger qualquer membro. No que diz respeito a segurança, os gorilas confiam plenamente no seu líder para os manter em segurança e tomar as decisões certas.

Os elefantes optam por uma Líder Matriarcal, a fêmea mais velha da manada. A líder cuida do seu grupo como uma mãe ou avó sábia. A idade e experiência são fatores altamente valorizados no ambiente desafiador da savana. As fêmeas de elefante não precisam de lutar para ter a posição de liderança. Ascendem ao topo do grupo de forma natural pelo respeito do seu conhecimento e experiência. Elas podem, inclusive, ser a chave para a sobrevivência da manada, pois podem ser as únicas que se recordam, por exemplo, da direção para o reservatório de água a que recorreram na última grande seca.

Os búfalos africanos utilizam a liderança democrática no seu grupo. Nesta espécie, as fêmeas “votam” pela escolha do percurso a realizar pela manada. Demonstram a sua preferência levantando-se e olhando na direção escolhida e se houver fêmeas suficientes a olhar numa determinada direção, o grupo seguirá esse caminho em busca de alimento ou água. Mesmo com uma hierarquia de grupo muito estratificada, os búfalos africanos têm aspetos democráticos na tomada de decisões.

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