A nova era da transformação digital na Saúde em debate em Lisboa

Durante três dias, o Portugal eHealth Summit reuniu especialistas nacionais e internacionais, envolvendo a academia, empresas empreendedoras, start-ups, ordens profissionais, sociedades científicas, associações de doentes, outras entidades da administração pública e representantes da área da investigação e financiamento em saúde.
Lisboa acolheu mais uma iniciativa internacional, o Portugal eHealth Summit, de 4 a 6 de abril, na Sala Tejo do Meo Arena, em Lisboa.
Organizado pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), o Portugal eHealth Summit teve como objetivo destacar a importância que Portugal pode assumir no contexto europeu e internacional na área da Transformação Digital da Saúde. Para que tal aconteça, é preciso envolver todos os stakeholders, como a indústria farmacêutica, o INFARMED (Instituto da Farmácia e do Medicamento), as Agências Europeia do Medicamento, as diferentes empresas do setor tecnológico, os organismos da Administração Pública, start-ups, instituições académicas, entre outras entidades.
Nestes três dias, foi possível testemunhar todo o dinamismo crescente das novas tecnologias e dos novos desafios na área da saúde. No espaço de exposição, foi dado especial destaque à partilha de conhecimento e de experiências. Durante o Portugal eHealth Summit, foram ainda discutidos diversos temas relacionados com a Cibersegurança e Proteção de Dados, Inovação de Sistemas de Informação, Interoperabilidade, TeleSaúde, Big-Data, App’s e Mobilidade, e-Procurement, e-Commerce, Literacia em Saúde, Robótica, Cloud, entre outros.
Foi neste contexto que Stefan Wijnen, gestor de soluções para a Indústria de Saúde Mundial da Microsoft, interveio no palco Summit sobre a “Inteligência Artificial e Realidade Aumentada na Saúde”. Stefan Wijnen apresentou o projeto “InnerEye – Assistive AI for Cancer Treatment” da Microsoft. Trata-se de uma iniciativa de investigação que utiliza a tecnologia mais recente para construir ferramentas que permitem analisar imagens que irão ajudar os médicos a diagnosticar o cancro de forma mais objetiva e eficiente.
De modo a tranquilizar a audiência e os profissionais de saúde, Stefan Wijnen referiu também que a Microsoft tem todas as certificações e programas que asseguram os princípios de segurança e confiança no armazenamento e utilização dos dados.
Durante o evento, foi ainda dado destaque à democratização da Inteligência Artificial e à forma como poderá aumentar as nossas capacidades. A Microsoft tem vindo a investir na tecnologia holográfica, através do Microsoft HoloLens que permite melhorar a formação e o treino dos profissionais, efetuar o planeamento, a preparação de cirurgias e melhorar alguns aspetos na reabilitação.
A Universidade de Oslo tem vindo a recorrer a esta tecnologia e tem melhorado o tratamento de patologias hepáticas, através de imagens reais de todos os exames que foram efetuados ao doente.
Em Portugal, também já existem casos de sucesso que recorreram a esta tecnologia. Eduardo Viegas, da IT People, fez uma demonstração de como funciona, tendo escolhido um modelo anatómico em que aparece um holograma de um ser humano com muita qualidade. Esta inovação permite a partilha da mesma imagem, desde que a outra parte também possua a tecnologia. E pode ser utilizada também para partilhar casos clínicos em que o especialista está ou pode estar a milhares de quilómetros de distância e, ainda assim, acompanhar o procedimento.
O segundo exemplo utilizado para demonstrar a viabilidade da tecnologia da Microsoft, foi o coração. Este aparece em diferentes condições, desde normal até doenças coronárias e enfarte. Direcionada à formação, esta tecnologia permite aos alunos a visualização de cada órgão e detetar onde poderá e deverá agir no futuro.