NaTakallam, a start-up que está a dar trabalho a refugiados sírios

Conheça a NaTakallam, uma plataforma com sede em Nova Iorque que ajuda refugiados sírios com dificuldade em arranjar emprego no país em que foram recolocados.

Segundo números oficiais da “Syria Regional Refugee Response”, neste momento há mais de cinco milhões de refugiados sírios. Deste cinco milhões de pessoas, metade estão em idade ativa (entre os 18 e os 59 anos).

Depois de atravessarem fronteiras, o mar e a guerra, a maior dificuldade destas pessoas acaba por ser encontrar emprego no país que os acolheu.

Com este problema em mente, Aline Sara, uma cidadã nova iorquina nascida no Líbano, que queria melhorar a sua fluência em árabe, decidiu criar a NaTakallam, uma plataforma que dá a possibilidade a refugiados sírios de darem aulas de língua árabe a pessoas de todo o mundo via Skype.

Sara referiu ao jornal The National que os sírios refugiados no Líbano “não têm um futuro promissor (…) muitos deles acabam por trabalhar no mercado negro com salários bastante baixos”, visto que, normalmente, não conseguem trabalhar de forma legal.

A NaTakallam que, traduzido para português, significa “nós falamos árabe”, cobra 13,5 euros por hora aos alunos e paga 9 euros aos professores. Os 4,5 euros que sobram são utilizados para manutenção e investimentos na plataforma. Desde 2015, o ano em que o projeto foi lançado, que a NaTakallam já ajudou 60 refugiados sírios com mais de 105 mil euros gerados através das aulas.

Noor Al Kasseer, uma antiga cidadã de Salamiyah, uma cidade no centro da Síria, dava aulas de biologia e química na região antes do conflito escalar e de a obrigar a mudar-se para o Líbano, país onde estão perto de um milhão e meio de refugiados sírios. Al Kasseer, que neste momento se encontra em Itália, está a enfrentar as mesmas dificuldades que os restantes refugiados na procura de trabalho: “estava a viver ilegalmente no Líbano antes de ser recolocada em Itália e sempre que procurava um emprego no Líbano era rejeitada”, referiu a refugiada ao The National, acrescentando que “trabalhei como professora na Síria durante três anos, eles recusavam-me e diziam que não podiam dar emprego a refugiados”.

Segundo a equipa da NaTakallam, a plataforma tem mais de 1300 estudantes distribuídos por mais de 60 países, tanto individualmente como também através de parcerias com universidades. Al Kasseer mostrou-se bastante grata com esta oportunidade. “A NaTakallam foi como uma presente caído do céu. Antes disto, não tinha emprego, não tinha dinheiro, mas hoje, não só tenho dinheiro como também tenho amigos de diferentes partes do mundo” referiu.

Apesar da plataforma se focar nos refugiados sírios, também conta com professores da Arménia, Brasil, Canadá, Egito, França, Itália, Iraque, Alemanha e Turquia.

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