Suécia prepara-se para acolher Museu do Falhanço

Em junho abrirá as portas na Suécia o Museu das Inovações Falhadas, promovido por Samuel West, CEO e cofundador do Superlab, que visa celebrar as derrotas como autênticas lições de vida dos empreendedores.

Quantos empreendedores alcançaram o sucesso com a sua primeira ideia? Muito poucos. Nem mesmo Mark Zuckerberg, Bill Gates e Steve Jobs o conseguiram.

Foi a pensar em celebrar os erros, que acabaram por levar os seus criadores ao sucesso, que Samuel West, CEO e cofundador do Superlab, irá lançar lançar um museu diferente no seu país natal, a Suécia, e que está previsto abrir portas em junho.

West referiu que a ideia lhe surgiu quando estava a tirar o seu doutoramento na Lund Universit, sobre psicologia organizacional. “Há tantos exemplos de falhanços por todo o lado, mas estão sempre a tentar escondê-los debaixo do tapete. E há tanto a aprender, é fascinante”, referiu ao Tech World.

Mas podemos já “espreitar” um pouco do que ali poderá ser encontrado, através de uma exposição temporária que fez na conferência do Mirum Opus Demystifying Innovation.

Nesta pequena mostra do futuro museu, consta um computador de mão da Apple, uma câmara da Kodak, um gravador da Betamax e um esquecido sabor da Coca-Cola, organizados em quatro categorias diferentes: inovação, design, implementação e disrupção. A mostra foi inspirada no Museu das Relações Falhadas, em Zagreb, confessou West.

Dois dos falhanços apresentados:

– Apple Newton

Apple Newton

A Apple, apesar da sua história na inovação, também conta com os seus falhanços. Depois de Steve Jobs ter saído da Apple em 1985, o seu velho adversário John Sculley delineou um plano para lançar no mundo o primeiro assistente pessoal digital (PDA). Lançado em 1993, o Newton era um pequeno aparelho, capaz de guardar notas e enviar fax. Mas a característica de escrever à mão, central para o conceito do dispositivo, revelou-se um desastre.
O Newton ficou bem classificado em termos de inovação e design, mas a implementação foi mal planeada. Contudo, foi a base para algumas das criações mais conhecidas da Apple. Quando Jobs voltou à empresa em 1997, fechou de imediato a sua produção e destacou os engenheiros para um novo aparelho no setor mobile, segundo contou na biografia escrita por Walter Issacson, em que refere que “e depois conseguimos acertar e daí seguir para o iPhone e o iPad”.

– Coca-Cola BIāK

Coca-Cola Blak

O crescimento das bebidas com café levou os executivos da Coca-Cola a pensar que os seus conhecimentos sobre cafeína não tinham sido bem percebidos, pelo que lançaram em 2008 uma versão mais sofisticada da bebida com sabor a café para o mesmo target da clássica Coca-Cola, a que chamaram Coca-Cola BIāK, para preencher esse nicho de mercado.

Num mundo em que o passa a palavra é de extrema importância, ter um produto com um nome difícil de pronunciar revelou-se um problema em termos promocionais. A bebida acabou por estar menos de dois anos no mercado.

Mas esta não foi a primeira vez que a empresa falhou. Em 1985, quando estavam a perder terreno para a Pepsi, mais doce do que a deles, criaram uma nova fórmula da bebida, que lançaram como a “Nova Cola”. A estratégia revelou-se um desastre e quase levou ao fim da guerra das Colas, provando que inovar numa marca vencedora não é sempre um risco que valha a pena correr.

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