Multinacionais japonesas juntam-se para criar tecnologia inovadora na agricultura

O Link to Leaders foi à apresentação do NEC CropScope, uma nova tecnologia criada por duas multinacionais japonesas que promete tornar a agricultura mais eficiente e sustentável.
Foi apresentada na última sexta-feira, dia 25 de agosto, em Vila Franca de Xira, pela NEC e pela Kagome, multinacionais japonesas da área das tecnologias de informação e do setor alimentar, respetivamente, uma nova tecnologia inovadora para a produção de tomate.
Esta tecnologia, denominada NEC CropScope, não só torna a produção de tomate mais eficiente, como a torna mais sustentável. Com a informação obtida através de sensores no solo, estações meteorológicas e imagens satélite é possível criar um campo virtual para tornar a produção mais eficiente e previsível. Presente no evento esteve o Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Medeiros Vieira, que referiu que este sistema apresentado pelas duas multinacionais japonesas vai contra a crença “de que este era um setor tradicional em que era difícil inovar”.

Explicação do funcionamento do NEC CropScope.

Portugal foi o país escolhido para a implementação desta nova tecnologia devido à combinação de condições de produção e qualidade dos recursos humanos disponíveis, tanto em termo técnico, como científico. Para a Kagome a qualidade do tomate em Portugal prende-se com o facto de termos um clima único e que tem todo o potencial para criar produtos de qualidade premium/ gourmet.

Esta nova solução, da área de agrotech, cria campos virtuais, baseando-se em dados meteorológicos, do solo e da vegetação, obtidos através de sensores, numa combinação entre inteligência artificial e IoT (internet of things).

Um dos sensores do sistema CropScope.

O Administrador delegado da Kagome Agri-business Research and Development Center, Kengo Nakata, referiu, em comunicado, que para combater a crescente procura a nível mundial por bens alimentares, especialmente pelo tomate, “a Kagome está a implementar iniciativas para aumentar a produção unitária, nas atuais regiões de produção de tomate, através do desenvolvimento de novas tecnologias agrícolas”.
Tendo testado esta tecnologia durante três anos, os resultados previstos são de uma melhoria na ordem dos 50%, visto que é apontada uma produção entre 120 e 140 toneladas por hectare. Uma diferença significativa quando comparada à média nacional de 84 toneladas por hectare.
Esta tecnologia vai entrar no mercado a partir de 2018 e ainda não há preço estipulado para a venda do sistema da empresa nipónica, sabe-se, no entanto, que o preço vai variar consoante os hectares que o sistema analisa.
Num futuro próximo a NEC espera poder começar a utilizar esta tecnologia para outras culturas agrícolas.
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