Mulheres empreendedoras. Hoje o dia é delas

Em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, falámos com 6 mulheres empreendedoras. Do ensino, passando pelas artes e beleza à alimentação e terminando na consultoria e no entretenimento, deixe-se contagiar pelas suas histórias e siga os conselhos de quem arregaçou as mangas e lutou.

Ao longo da vida, são várias as razões que podem levar uma mulher a sair da sua zona de conforto e a tornar-se numa empreendedora de sucesso. Seja porque herdou um negócio de família e tem de assumir as rédeas da situação, porque está desempregada e precisa de criar o próprio emprego, porque se sente estagnada na carreira profissional e quer tornar-se dona do seu destino ou porque tem uma ideia que gostava de tornar real. Quando surge uma destas situações, as mulheres com perfil de empreendedoras não têm dúvidas: há que arregaçar as mangas e seguir em frente.

E a verdade é que o cenário tem vindo a mudar, com as mulheres a representarem praticamente metade da força de trabalho da União Europeia. No entanto, continuam a ter pouca expressão em cargos de topo.

Em Portugal, há 3,3 mulheres por cada dez cargos de gestão, segundo um estudo recente do Eurostat. Ao todo, contam-se 71.837 cargos de topo; as mulheres são 23.763 desta força de trabalho. A média está assim abaixo dos 35% registados no total da União Europeia, e não é só: em Portugal, cada mulher gestora recebe menos 25,9% do que um homem que ocupa a mesma função, também menos do que acontece na UE. O registo de género em Portugal é, mesmo assim, superior ao registado na Alemanha, Itália e Chipre, onde se contam somente 2,2 mulheres por cada dez cargos de topo. Estes países são os que põem menos mulheres na liderança.

Se depender do exemplo das mulheres de que lhe falamos a seguir, vai ser cada vez mais comum encontrar empreendedoras nos cargos de topo e à frente de grandes negócios em Portugal ou além-fronteiras.

Desde uma jovem que, aos 18 anos, trocou a Tunísia pela Alemanha e se apaixonou por um português no aeroporto de Tóquio, a uma rapariga que vivia em Torres Vedras e que veio estudar para Lisboa, para o IADE, e que não conhecia ninguém, passando por uma jovem que começou como estagiária no departamento de marketing e que se tornou diretora geral da empresa, ou por duas brasileiras, uma que sempre gostou muito de alimentação saudável e outra que quer fazer do mundo a cidade do rock, e terminando com uma apaixonada pela política e que domina na educação, conheça alguns ícones femininos de força e determinação que têm dado provas no ecossistema empreendedor português.

Besma Kraiem

Besma KraiemFundadora da IBK – International Business Konsulting

O que falta às mulheres portugueses para terem uma presença mais visível e permanente nas empresas?

As mulheres portuguesas têm tudo o que é necessário para estarem presentes no topo das empresas. Trabalham arduamente, são resilientes, mais comprometidas e, mais importante, são grandes trabalhadoras em equipa. As mulheres são também naturalmente lutadoras, visto tenderem a deparar-se com maiores adversidades nas suas carreiras, pelo que têm o que é necessário para chegarem ao topo. Apenas precisam de acreditar nas suas capacidades e de terem ‘garra’.

Como se tornou numa empreendedora?

Fui uma ‘rapariga das empresas’ durante mais de 20 anos, tenho trabalhado em multinacionais na área das telecomunicações na Alemanha. no Reino Unido, no Japão e em Portugal. Tive a oportunidade de trabalhar com os melhores profissionais de todo o mundo e de aprender imenso com todos eles. Tal permitiu-me ganhar um leque de competências em várias áreas, desde a estratégia ao planeamento até às vendas e ao marketing. Tal também me ajudou a desenvolver mais softer skills no lidar com parceiros e clientes de diferentes culturas. Orgulho-me de ter contribuído no meu último cargo numa grande empresa, para levar a tecnologia portuguesa para diferentes mercados na Europa, África, Médio Oriente e América Latina. De inicio não foi fácil vender ‘tecnologia portuguesa’ em novos mercados, devido ao país estar mais associado ao futebol e ao vinho do que à inovação tecnológica! No entanto, com a abordagem certa, consegui, em conjunto com a minha equipa, abrir novos mercados e criar um novo posicionamento da empresa junto dos clientes enquanto parceiro inovador e de confiança. Tê-lo conseguido apenas veio confirmar-me a minha paixão pela tecnologia e pelas vendas, dois importantes ingredientes na minha nova aventura empreendedora.

Com Portugal a querer tornar-se num hub de inovação, apercebi-me de que muitas empresas na área das tecnologias iriam necessitar de apoio para conseguirem vender à escala global. Nos últimos dois anos tenho estado a trabalhar com os meus clientes no desenvolver da sua estratégia de abordagem ao mercado e respetivo plano de execução, e no levar a excelência ao desempenho nas vendas B2B através da consultoria, formação e coaching. Tem sido uma experiência gratificante que me veio confirmar ter feito a mudança certa de carreira.

O que considera que é eficaz para ajudar as mulheres empresárias a terem sucesso?

É fundamental ter acesso ao capital quando se pretende fazer crescer qualquer pequeno negócio. As mulheres encontram habitualmente mais desafios no assegurar de financiamento em quase todo o mundo, e não apenas em Portugal. Mulheres de negócio capazes e de confiança são merecedoras das mesmas possibilidades que os seus correspondentes masculinos.

Um conselho para uma jovem empreendedora?

Acredite em si. Acredite nos seus projetos. Corra o risco e não desista. Lembre-se de que a perseverança é a única coisa que separa os empreendedores de sucesso dos malsucedidos (Steve Jobs). O empreendedorismo não é um caminho fácil, mas é o caminho para dar vida às suas paixões.

Quem gostaria de inspirar um dia?

Espero conseguir inspirar mais jovens mulheres a ponderarem uma carreira nas ciências e a acabarem com os estereótipos. As jovens precisa de crescer num ambiente que celebre o seu sucesso nas ciências e na matemática e que as encoraje a seguir as suas paixões.

Guta Moura Guedes

Cofundadora da “Experimenta – Associação para a Promoção do Design e Cultura de Projeto” e diretora da ExperimentaDesign

Celebra-se hoje o dia da mulher. O que falta às mulheres portugueses para terem uma presença mais visível e permanente nas empresas?

Do ponto de vista da sua capacidade para ocuparem lugares de destaque nas empresas não lhes falta nada. As mulheres estão, há muito tempo, tão bem preparadas quanto os homens para cargos de direção e de liderança e para terem toda a visibilidade. O que falta é terem acesso a esses lugares. E isso não é uma questão cuja responsabilidade se possa imputar a um sexo em particular. É uma questão de mau design empresarial – que não acontece só em Portugal. Por isso, o que falta é uma forte vontade coletiva para que essas condições de acesso se alterem, as estruturas têm de ser redesenhadas. E, não esquecer, que não é só dentro das empresas que se tem que fazer modificações. Elas também têm que existir dentro das famílias, que têm de ter uma reorganização funcional. Ser-se líder, ser-se muito bom, e, visível por isso mesmo, numa empresa significa que para além de se ser bom, se tem que trabalhar muito, com muita dedicação. E isso tem implicações na vida pessoal e familiar.

Como se tornou numa empreendedora?

Acho que se deveu ao facto de não conseguir encontrar dentro do sistema nenhum projeto que me desafiasse por completo ou nenhum cargo que me apetecesse ocupar. Ou seja, do que sabia e via nada me interessava verdadeiramente, e tudo o que pensava e desejava fazer não tinha forma de acontecer a não ser se eu criasse tudo desde o início. O que faço tem um lado inovador muito forte e essa possibilidade de inovar só pode acontecer em pleno em determinadas condições. A maior parte das vezes elas não existiam, portanto, eu tive – e tenho – que as criar.  Por outro lado, eu amo a liberdade de fazer aquilo que quero como acho e sei que deve ser feito, e, isso é, uma característica dos empreendedores.

O que considera que é eficaz para ajudar as mulheres empresárias a terem sucesso?

O sucesso não depende do género. Os fatores que levam ao sucesso são os mesmos para homens e mulheres. Tem que se ser extremamente perseverante, nunca desistir. Tem que se ter boas ideias ou ter connosco quem as tenha, pois temos que conseguir que se tornem realidade. Tem que se ter mundo, há pouco espaço para quem pensa e age a olhar para o seu umbigo. Tem que se trabalhar muito, muito, muito. Tem que se ter capacidade de se criar equipas excelentes, com pessoas, de preferência, melhores e mais brilhantes do que nós, sabendo que somos nós que as temos de gerir e catalisar para que a nossa empresa seja bem-sucedida. Num mundo global e competitivo como o nosso tem que se ser e fazer diferente. Sem medo e com confiança. Sociológica e historicamente percebo que as mulheres possam ter menos confiança profissional em certos contextos. Mas isso acabou. Tudo se vai alterar muito mais rapidamente do que prevemos.

Um conselho para uma jovem empreendedora?

Primeiro, ter a certeza que se quer ser empreendedora. É uma opção difícil, dura, cheia de riscos, cheia de dificuldades. Nunca mais se dorme bem. É uma opção que pode canibalizar o nosso tempo e a nossa vida. Depois, ter em mente que quase todas as boas ideias e projetos falham quando tentamos colocá-los em prática. É normal. Não se pode ter medo de falhar, nem nunca deixar os braços e a força irem abaixo. Uma empreendedora ou um empreendedor tem um projeto, tem uma visão, tem uma série de sonhos que quer tornar reais. O seu desafio é fazê-los acontecer. Há algo que ajuda muito: é essencial que se planeie tudo ao detalhe. O planeamento rigoroso de todas as frentes que um projeto implica é fundamental, tal como a capacidade de se ser flexível e a rapidez nos ajustes, consoante o contexto se modifica.

Quem gostaria de inspirar um dia?

As pessoas cujo trabalho contribui para que o nosso mundo e a nossa sociedade sejam melhores. Quer venham da arte, da cultura, da medicina, da gestão, da ciência, de onde for.

Fotografia: Carlos Ramos | Make-up: Naná Benjamim | Cabelos: Paulo Vieira

Inês Caldeira

Inês Caldeira, CEO da L'OrealCountry manager da filial portuguesa da L’Oréal

Celebra-se hoje o dia da mulher. O que falta às mulheres portugueses para terem uma presença mais visível e permanente nas empresas?

Em primeiro lugar acredito que as mulheres precisam ter mais coragem em arriscar, em assumir as suas ambições e terem mais voz ativa dentro da organização sobre a gestão das suas carreiras. Por outro lado, as empresas devem permitir que haja espaço para as mulheres se expressarem, para terem visibilidade e na lógica da meritocracia, que cheguem a lugares de liderança e também no topo das organizações.

Ou seja, é preciso um esforço conjunto e contínuo quer das mulheres quer das organizações para que isto aconteça. Para tal, é um tema que deve ser incluído o mais rápido possível na agenda das organizações e das mulheres. É urgente, pois há muitas oportunidades para as mulheres e organizações vencerem com este equilíbrio.

Como se tornou numa empreendedora?

Acredito que me é inato, caso contrário não teria arriscado tão jovem numa carreira a nível internacional durante 8 anos, em mercados por vezes muito difíceis. Depois esta veia empreendedora foi-se apurando com os vários projetos desafiantes que aceitei. E nem sempre foi fácil, mas de facto nunca desisti. Gosto de arriscar, de inovar e de desenvolver equipas vencedoras. A vontade de ir mais além e de acreditar que “é sempre possível” faz parte de mim desde pequena.

O que considera que é eficaz para ajudar as mulheres empresárias a terem sucesso?

Terem confiança, acreditarem nelas próprias e terem voz na organização. Devem saber traçar o seu percurso com coragem e lutarem por ele, sempre.

Um conselho para uma jovem empreendedora?

Aconselharia o desenvolvimento das suas soft skills que serão as suas verdadeiras vantagens competitivas: inteligência emocional, espírito de cooperação, capacidade de liderar e inspirar.

Quem gostaria de inspirar um dia?

Os jovens estudantes ou em início de carreira que queiram abraçar o meu mote “É sempre possível”, porque sei que eles terão também a vontade de conquistar e sobretudo de acreditar. E isso faz toda a diferença.

Lyla Lima

Lyla LimaUma das fundadoras da Tapioca Oca e da Super Sumos

Celebra-se hoje o dia da mulher. O que falta às mulheres portugueses para terem uma presença mais visível e permanente nas empresas?

As mulheres portuguesas são fortes e lutadoras. Estas características para mim são claras, mas acredito que falta mais coragem, velocidade e ousadia para mostrarem a sua força empreendedora.

Como se tornou numa empreendedora? 

A minha veia empreendedora existe desde criança, altura em que já queria vender vestidinhos que minha avó fazia com 6 anos. Com o tempo fui ganhando mais força com estímulos internos, de casa, da rua e das pessoas. Isto foi-me motivando para ir abrindo as minhas empresas, inovando, criando e recriando… A minha vida move-se por desafios, fazer projetos inovadores, ajudar o próximo e conhecer pessoas todos os dias.

O que considera que é eficaz para ajudar as mulheres empresárias a terem sucesso?

Acredito que o que move essas mulheres empresárias é essa força da natureza que existe de forma única dentro de cada mulher. A mulher de hoje está a conquistar o seu espaço e mostra que a sua força é muito além da força maternal e que é capaz de desbravar novos desafios, trabalhar de igual para igual, ser mãe, mulher e empreendedoras da vida.

Um conselho para uma jovem empreendedora? 

Não ter medo. Ousar e acreditar sempre!

Quem gostaria de inspirar um dia?

Quero continuar a inspirar Mulheres.

Roberta Medina

Roberta Medina, vice-presidente do Rock in Rio

Vice-presidente executiva do Rock in Rio

Celebra-se hoje o dia da mulher. O que falta às mulheres portugueses para terem uma presença mais visível e permanente nas empresas?

O que percebi que me ajudou muito na minha carreira foi não dar atenção a qualquer tipo de preconceito, fosse por ser muito jovem quando comecei, por ser mulher, “por filha de”, em Portugal por ser brasileira, etc. Estive sempre focada nos meus objetivos, o que fez com que não tivesse tempo sequer para ver se alguém tinha algum preconceito em relação a mim. E nas vezes em que o preconceito foi tão forte que acabou por me chamar a atenção, achei graça e lamentei por aquela pessoa de visão tão limitada. O preconceito do outro só nos afeta se tivermos dúvidas. Isso tudo para dizer que foco nos objetivos, confiança na sua capacidade e “nunca” aceitar um “não” é um mix necessário a qualquer profissional em qualquer país e de qualquer sexo.

Como se tornou numa empreendedora?

Por influência do meu pai, que por sua vez foi influenciado pelo meu avô. Fazer acontecer foi a escola que tive em casa. Claro que além disso é preciso identificação. Descobri que o que gostava de fazer era a produção de eventos no meu primeiro emprego. Sinceramente acho que os produtores têm uma parte importante do que um empreendedor tem que ter: atitude, correr atrás para resolver, independente de saber o caminho, e descobrir o caminho, a solução. Talvez por isso tenha sido rapidamente contagiada pelos sonhos do meu pai, ele sonhava e eu gostava de executar o sonho, junção perfeita.

O que considera que é eficaz para ajudar as mulheres empresárias a terem sucesso?

Parcerias, seja na forma de equipe ou mesmo de parceiros. É preciso juntar gente com potencial para fazer acontecer o projeto com que sonha. A soma de talentos é a maior força que podemos ter. E não acredito no impossível. Ser persistente e não aceitar os “nãos-fáceis” que recebemos todos os dias.

Um conselho para uma jovem empreendedora?

Procure se juntar com pessoas que tenham talentos complementares aos seus e lhes dar protagonismo, os faça parte, sócios se for preciso. Se conseguir convencer e fazer algumas pessoas se apaixonarem e se engajarem na sua ideia, é muito provável que venha a ter sucesso. E, muito importante, saber o tamanho da sua ambição para não cair no erro e na pressão do mercado de que dimensão é relevante. Vejo muita gente deixar de gostar do que faz quando “cresce” profissionalmente porque, na verdade, acaba deixando de fazer o que gosta e muitas vezes o salário a mais que ganha não paga o preço de ter que abrir mão de coisas mais importantes para si. Por último, pensar sempre que fazemos parte de um todo e que seu negócio TEM QUE contribuir ativamente para um mundo melhor e uma sociedade mais justa, se não o futuro não será sustentável para ninguém.

Quem gostaria de inspirar um dia?

Meus filhos, minha família, meus amigos, qualquer um que possa ver na minha pessoa e na minha relação com o mundo algo que valha a pena reproduzir.

Fotografia: Agência Zero

Teresa Damásio

Teresa Damásio, administradora do grupo EnsinusAdministradora delegada do Grupo Ensinus

Celebra-se hoje o dia da mulher. O que falta às mulheres portugueses para terem uma presença mais visível e permanente nas empresas?

Falta mudarmos as mentalidades e mudar a vontade daqueles que estão nos lugares de topo. Com a nova Lei recentemente aprovada irá tornar-se mais fácil a ascensão aos quadros de direção — Conselhos de Administração. Agora é preciso que o setor privado siga o exemplo. Considero essencial que as mulheres em cargos de direção recrutem mulheres e as promovam. Devem ser as Mulheres as primeiras a dar o exemplo. Nas Escolas, desde o Pré-Escolar até ao final do Ensino Secundário, é muito importante que se eduque pela Igualdade de Género.

Como se tornou numa empreendedora?

Tive a sorte de ter em casa, na minha Família, uma Educação onde não havia qualquer distinção entre mim e o meu irmão. A minha mãe e o meu pai sempre nos ensinaram que devíamos estudar para podermos ter o emprego que quiséssemos e sonhássemos.

Também foram muito importantes os livros que li e os exemplos que tive. A Simone de Beauvoir foi para mim fundamental na assumpção da minha condição de Mulher! Revolucionou a forma como vejo o mundo e é um dos meus faróis!

Venho duma família de empreendedores e a minha mãe e o meu pai sempre tiveram as suas empresas e sempre realizaram os respetivos sonhos. O exemplo é efetivamente muito relevante e eu desde pequena que fui habituada a esforçar-me muito e a tentar-se sempre superar. Empreender para mim é natural. Cumprir os sonhos e nunca desistir!

O que considera que é eficaz para ajudar as mulheres empresárias a terem sucesso?

Dar-lhes as competências necessárias para saberem ser resilientes e disruptivas!

Um conselho para uma jovem empreendedora?

Nunca desistam! Corram atrás dos Vossos sonhos. Nada nem ninguém vos impedira de os realizar. Sejam honestas e norteiam-se por Princípios Éticos.  Sejam sempre socialmente responsáveis.

Quem gostaria de inspirar um dia?

Os meus filhos, as minhas sobrinhas e sobrinho.

 

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