Opinião

#LIS’17: ecossistema português cresce o dobro da média europeia

Hugo Vaz de Oliveira, head of Media & Partnerships da Beta-i

O Lisbon Investment Summit, evento organizado pela Beta-i em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e o apoio da Grow (Grupo Mello) e a Bright Pixel (Sonae IM), transformou, nos dias 6 e 7 de junho, o renovado Pavilhão Carlos Lopes no palco de um dos principais e mais surpreendentes encontros de investidores executivos e start-ups da Europa.

Durante dois dias, os mais de 1.800 participantes tiveram acesso a palestras inspiradoras, painéis perspicazes e grandes oportunidades de networking. Na opinião de Pedro Rocha Vieira, cofundador e CEO da Beta-i, “hoje em dia, os investidores internacionais já olham para Portugal com frequência, procurando oportunidades de investimento, e é isso que queremos potenciar com esta conferência”.

“É um evento informal e genuíno, e isso é uma das características que importa manter. É preciso crescer, mas preservando a dimensão humana das relações, e o LIS tem esse objetivo: uma experiência fantástica para os investidores e para as start-ups, para as empresas e para os participantes”, continua.

Highlights

Um dos pontos altos do evento passou pela apresentação das conclusões do “SEP Monitor Report”, uma parceria entre a Mind the Bridge e a Beta-i. A principal ideia a retirar é que o ecossistema empreendedor português cresce o dobro da média europeia. “No ano passado, mais de 130 milhões de dólares de novos financiamentos foram assegurados, 40% do total de financiamento gerado entre 2010 e 2016”, estabelece este documento.

“É interessante notar que os investidores internacionais ocupam um papel importante no ecossistema de rápido crescimento português. 62% do capital disponível para scale-ups vem de fora. Eventos internacionais, como o Web Summit, o Lisbon Investment Summit ou o Scale Up Porto têm sido muito importantes para fazer avançar o panorama de scale-ups em Portugal”, explica Ricardo Marvão, cofundador e head of Global Projects da Beta-i.

“Acreditamos veemente que uma das chaves para o desenvolvimento do sistema é termos uma administração amigável” e “apoiar o empreendedorismo e os principais atores da inovação”, nomeadamente “universidades, incubadoras, aceleradoras ou iniciativas como esta”, defendeu Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, no discurso de abertura do evento. Sublinhando que Lisboa é e quer continuar a ser “uma cidade aberta”, Fernando Medina defendeu que “a primeira vítima do fecho das fronteiras é a inovação, pois este conceito depende do encontro de pessoas, ideias e energias”.

João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria, abriu a sessão do segundo dia, fazendo um balanço da estratégia de incentivo do Governo ao empreendedorismo, mas também dizendo que há muito por fazer e que a responsabilidade dos players do ecossistema aumenta, à mediada que as condições se tornam mais favoráveis. “No final de 2015, metade dos postos de trabalho que tinham sido criados no país, vinha de empresas com menos de cinco anos. Isto tem acontecido de forma orgânica. Há um ano, lançámos o Startup Portugal, porque pensámos que, pelo menos, essa ajuda o Governo podia dar”, sublinhou o governante, antes de avançar para um balanço da estratégia do Executivo de incentivo ao empreendedorismo.

Ana Casaca, head of Innovation do Grupo José de Mello, falou num painel dedicado a Corporate Innovation: “Do ponto de vista das empresas, também é importante estabelecer a priori as expectativas e desafios que lançamos às start-ups, para que os resultados sejam alinhados e para que o investimento de ambas as partes não seja desperdiçado”.

Celso Martinho, CEO e fundador da BrightPixel, destaca que “importa mudar a forma como as empresas se relacionam com a inovação hoje em dia. As grandes empresas não têm a velocidade necessária e Portugal tem um ecossistema muito novo. Na condição de ‘company builder’, temos de criar sustentabilidade e ajudar a gerar tração. Por outro lado, ajudar a mudar também a forma como as novas start-ups aparecem, porque, quando uma start-up nasce, tem muito risco associado e enfrenta muitos desafios”.

“A inovação vive de envolvimento. Quando, de facto, muitas das empresas concorrem no terreno, nestas empresas o risco da ideia implica a sua sobrevivência”, sustenta Pedro Morais Leitão, CEO da Prio. “Ir buscar inovação fora. Hoje em dia, fazer a consultoria em formato tradicional, pôr um consultor a trabalhar para nós não é a melhor forma de ir buscar inovação. Estas ideias que nos chegam não são livros para ficar na prateleira: os empreendedores vivem os problemas e desafios na pele, todos os dias e, naturalmente, têm muito mais compromisso com a ideia do que se estivessem a escrevê-la”, continua.

Mais de 200 investidores e mais de 100 oradores de topo

Com presença de mais de 100 oradores de topo, como o presidente da Câmara Municipal de Lisboa Fernando Medina, o secretário de Estado da Indústria João Vasconcelos, Renaud Visage, fundador da Eventbrite, ou Sohaila Ouffata, do BMW Group, e 500 ‘start-ups’ de 40 países diferentes, este evento envolveu também mais de 200 investidores, como Marvin Liao, (Partner da 500 Startups), Carolina Brochado (Atomico), Javier Torremocha (Kibo Ventures), Fausto Boni (360 Capital Partners) ou Foris Goldnen (Partech Ventures).

O Lisbon Investment Summit é uma organização da Beta-i, em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa, e conta com o apoio da Grow (Grupo José de Mello) e da Bright Pixel (Sonae IM) como Diamond Partners, e ainda com os patrocínios do Turismo de Portugal, IE Business School e La Frech Tech, como Platinum Partners, e da Semapa Next, Morais Leitão, SIBS, Fidelidade, Samsung Next, SAP, Prio, Microsoft, Cisco, Google, Amazon, Euronext, PT, Aptoide, AON, Armilar, BGI e Digistart, entre outros.

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