Jovens estudantes aplicam robótica em restaurante francês
Um restaurante parisiense especializado em massas recorre à robótica para fazer refeições de qualidade, acessíveis a todos. A iniciativa é de um grupo de jovens estudantes e acaba de ganhar 5,5 milhões numa ronda de investimento.
O Cala é um restaurante sui generis já que faz uso da robótica para preparar refeições. Com sede na capital francesa, este projeto alternativo de comida fast food abriu no início deste ano e tem a particularidade de ter criado um robô de fabrico de massas para cozinhar de forma autónoma “refeições acessíveis, nutritivas, sustentáveis e deliciosas” e transformar o custo e a experiência de um jantar casual rápido.
Ali os clientes pedem a comida através de um terminal, onde selecionam o tipo de macarrão e o molho que desejam. Depois o robô prepara o pedido e fica totalmente visível para os clientes no restaurante.
A empresa foi criada há cerca de quatro anos por um grupo de estudantes na casa dos 20 anos: Ylan Richard, Julien Drago e Nicolas Barboni. O primeiro é um ex-estudante de engenharia que aos 19 anos abandonou a universidade para se dedicar à construção do Cala. O outro aprofundou a sua expertise em manufatura enquanto trabalhava num marketspace. Já Nicolas Barboni tinha anteriormente criado uma start-up de viagens que vendeu a uma concorrente.
A ideia de criar o Cala ganhou forma quando os fundadores perceberam que, enquanto estudantes, era difícil conseguir alimentos de boa qualidade e acessíveis para o reduzido orçamento deste target. A tecnologia podia ser solução para esse equilíbrio entre qualidade e preço e foi com esta premissa que lançaram o Cala ao perceberem que, se automatizassem a preparação das refeições, poderiam aumentar rapidamente o número de refeições servidas e, ao mesmo tempo, melhorar a vertente económica do projeto. Construíram e melhoraram o robô e sua cozinha autónoma agora pode fazer 400 pratos de massa numa hora, revelaram.
“Decidimos focar-nos nas massas porque podem ser personalizadas e porque também poderíamos reduzir o número de refeições que incluem carne, oferecendo aos clientes uma comida deliciosa, mais sustentável, saudável e acessível”, explicaram os fundadores do Cala.
O restaurante também está disponível em aplicações como UberEats e Deliveroo, que atualmente representam 95% do negócio.
O modelo de negócio está a despertar a atenção dos investidores, pelo que a empresa garantiu recentemente cerca de 5,5 milhões de euros numa ronda de finamento seed em que participaram investidores como a Backed VC, Possible Ventures, Kima Ventures, Quiet Ventures e Acequia Capital. Já em 2019 tinha levantado 1 milhão de euros.
Entre os primeiros apoiantes deste projeto, que deu os primeiros passos em 2017, estão nomes como Jerome Tafani, CEO do Burger King França, e Thibaud Elziere, fundador da Fotolia e da eFounders.
A empresa planeia agora investir o capital recém-levantado na expansão em França e em novas localizações na Europa. Os fundos também serão investidos no aumento da força de trabalho nas equipas de engenharia, produto e operações.