Irmãs empreendedoras dinamizam mercado da arte com tecnologia

Juntar tecnologia e arte, apostando na experiência imersiva e na realidade virtual, aliadas a uma consciência filantrópica, é a aposta do projeto Galerias São Rafael.

Foi com o objetivo de reabilitar as indústrias criativas promovendo uma maior eficiência no uso dos recursos tecnológicos, incentivando a inovação no setor cultural português e revolucionando o processo de exibição de obras de arte em Portugal, que as irmãs gémeas e empreendedoras Mónica Kahlo e Sílvia Raposo criaram a empresa Galerias São Rafael no início deste ano. Uma plataforma nacional que une a experiência estética, performativa, imersiva e filantrópica a um conceito digital intermedia e inter-artes.

Atualmente com atuação internacional no Chile, Alemanha, Espanha, Inglaterra e Egito, o projeto tem também como ambição a promoção internacional de artistas portugueses e o reforço das parcerias internacionais.

Criada durante a paralisação do setor da cultura, devido à pandemia, a Galerias São Rafael adaptou-se à normalização e expansão dos mercados digitais e elevou o padrão da experiência expositiva criando experiências imersivas em realidade virtual e realidade aumentada a partir de obras de arte exclusivas de artistas nacionais e internacionais.

Mónica Kahlo e Sílvia Raposo, 28 anos, são gémeas e há sete anos que trabalham no setor cultural. Foram fundadoras e CEO de duas empresas de gestão de eventos, e em 2018 criaram as Produções D. Mona, uma produtora teatral que escalaram no mercado espanhol. Cruzaram as artes performativas com a sua paixão pelas artes plásticas, levando à cena espetáculos sobre a vida e obra de Frida Kahlo, Yayoi Kusama, Andy Warhol ou Vincent Van Gogh.

Este ano, agora com a Galerias São Rafael, voltaram a apostar no cruzamento entre a dimensão performativa e plástica da arte. Aliam a interatividade e imersividade das experiências museológicas ao modo como se comercializa arte, proporcionando a experiência da obra de arte total, na qual o visitante pode optar por visitas guiadas em video-formato, salas de exposições panorâmicas 360º onde pode interagir e circular de forma independente ou ainda a realidade virtual.

As duas jovens querem, através da experiência virtual imersiva, “contribuir para uma dinamização dos campos emocional e intelectual do indivíduo, bem como olhar para a cultura e sua dimensão artística numa perspetiva evolutiva”. Além disso, salientam, a inserção da experiência da realidade virtual permite ainda salvaguardar a integridade das obras de arte originais.

Ainda este ano, Mónica Kahlo e Sílvia Raposo pretendem lançar a experiência VR, um ambiente expositivo em realidade virtual com recurso a óculos 3D, que será uma iniciativa fundamental como fonte de receita do projeto que, nos próximos cinco anos, estima atingir lucros na ordem do meio milhão de euros. As jovens apostam ainda no impacto social do seu projeto, destinando 10% dos lucros a projetos de filantropia, reforçando a importância do mecenato e da cultura.

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