Investidores particulares vão ser o grande motor de crescimento dos fundos de investimento

O mais recente relatório da Bain & Company assinala que o setor de private equity encerrou o ano passado com um recorde de 3,7 mil milhões de dólares (3,48 mil milhões de euros) em capital disponível e que os principais atores vão continuar a encontrar operações rentáveis.
O setor de private equity mundial vai continuar a experienciar um forte crescimento a longo prazo, apesar do retrocesso vivido em 2022 devido à instabilidade económica e à incerteza gerada pelo aumento da inflação e das taxas de juro, conclui o o 14º relatório anual Global Private Equity da Bain & Company, que aponta ainda que os investidores particulares serão o próximo grande motor de crescimento dos fundos de investimento
O relatório da consultora destaca que o ano passado manteve-se o segundo mais forte na história do private equity, apesar de ter ocorrido em meados do ano uma queda acentuada em número de operações, desinvestimentos e captação de fundos devido às subidas dos juros pela Reserva Federal dos EUA em resposta ao forte aumento da inflação.
Ao contrário do período 2007-08, quando o sistema bancário global esteve à beira do colapso, não há nada que tenha sido radicalmente afetado nos pilares da expansão futura do private equity e as condições atuais não são diferentes de outras que o setor já enfrentou com sucesso anteriormente.
Sobre os efeitos em Portugal, Álvaro Pires, senior partner da Bain & Company em Lisboa, comenta que “de acordo com o que aconteceu no resto do mundo, o começo da guerra na Ucrânia, juntamente com outros fatores que geraram um clima de incerteza económica, geraram um abrandamento das operações tanto em Portugal como em Espanha, no entanto assistimos a uma recuperação na segunda parte do ano. A indústria das TI continua a dominar a atividade do capital privado em 2022, bem como o setor dos serviços de saúde. Globalmente, como no resto da Europa, vemos que a ambição dos investidores permanece elevada e que há muito capital a ser investido, pelo que esperamos que a tendência positiva no mercado de private equity continue.”

14º relatório anual Global Private Equity da Bain & Company
O relatório da Bain & Company assinala que o setor encerrou o ano passado com um recorde de 3,7 mil milhões de dólares (3,48 mil milhões de euros) em capital disponível e que os principais atores vão continuar a encontrar operações rentáveis tendo em conta as condições macroeconómicas e manter a sua atividade.
Ainda de acordo com a consultora, os investidores particulares vão ser o próximo grande motor de crescimento das empresas de private equity. Estes possuem aproximadamente 50% de todos os ativos sob gestão no mundo (estimados entre 275 e 295 mil milhões de dólares, o equivalente a 259 e 278 mil milhões de euros), mas apenas 16% do capital está nas mãos de fundos de investimento alternativos.
A Bain & Company assinala também que os principais gestores de ativos alternativos estão a avançar e a lançar fundos que permitem aos particulares com elevado património aceder a classes de ativos alternativos, enquanto que os bancos e os consultores estão a estudar opções para os seus clientes.
Além disso, as empresas de tecnologia financeira estão a trabalhar para adaptar ferramentas e soluções que agilizem o processo. Contudo, a Bain & Company adverte que esta nova área de crescimento vem acompanhada de curvas de aprendizagem difíceis para os agentes que procuram fazer funcionar os seus canais em grande escala.