Inteligência artificial poderá dificultar a identificação de emails fraudulentos

Especialistas alertam que a inteligência artificial poderá fazer com que os emails fraudulentos sejam mais difíceis de detetar.

O recurso crescente à inteligência artificial (IA) pode vir a dificultar a identificação de emails falsos, alertam especialistas internacionais citados pelo World Economic Forum (WEF). De acordo com alguns especialistas, as atividades de phishing podem ser, regra geral, facilmente reconhecidas devido a erros básicos de escrita como, por exemplo, vocabulário ou gramática pobres ou traduções mal feitas. Refira-se que, e acordo com a KnowBe4, 97% das ameaças cibernéticas identifica o erro humano, e que os criminosos enviam cerca de 3,4 mil milhões de emails phishing por dia (dados Cisco).

Com a aplicação de inteligência artificial, os criminosos conseguirão mais facilmente evitar esses erros, que normalmente um utilizador minimamente atento consegue detetar, e fazer com que os seus ciberataques sejam cada vez mais sofisticados, mais bem-sucedidos, mais agressivos e mais frequentes. Em suma, a IA ajudará os cibercriminosos porque permite-lhes ler e sumarizar uma grande quantidade de dados muito rapidamente e, deste modo, fazer com que seja mais fácil identificarem os targets mais interessantes para as suas ações.

Segundo a Interpol, a melhor defesa contra esses ataques é fazer uma “ciber-higiene” clássica e ter a consciência de que estamos todos em risco. Jurgen Stock, secretário-geral da Interpol (cita o WEF), lembra a importância de atualizar os smarphones e os computadores com software anti-virus, usar uma firewall ou dois fatores de autenticação. A ideia de que “isso não me acontece ou não me diz respeito” ou “a minha empresa não é relevante e interessante para os cibercriminosos” deve ser posta de lado. Pode acontecer a todos, alerta Jurgen Stock.

A inteligência artificial também está a mudar este território e, por isso, há necessidade de mudar a forma como se olha para o cibercrime. O responsável da Interpol salienta que, com a “ajuda” da IA vamos assistir a mais ataques numa escala industrial. “Por isso todos devem estar preocupados e todos devem ter a certeza de que os seus sistemas estão seguros, que os nossos filhos estão a salvo ao usarem estas ferramentas”. Reforça que é preciso não esquecer os níveis básicos de segurança porque isso já permite um bom nível de proteção.