IA pode apoiar o percurso profissional melhor do que os humanos, constata estudo da Oracle

O estudo da Oracle revela que 82% das pessoas inquiridas acreditam que a Inteligência Artificial pode apoiar melhor o seu percurso profissional do que os humanos.
De acordo com um estudo da Oracle e da Workplace Intelligence, divulgado esta semana, as pessoas recorrem à inteligência artificial (IA) para as ajudar a desenvolverem-se profissionalmente, depois da pandemia as ter deixado isoladas e desvinculadas das suas próprias vidas.
Realizada junto de mais de 14 mil funcionários, gestores, diretores de recursos humanos e executivos de 13 países, esta análise revela que as pessoas sentiram que a sua vida pessoal e profissional estagnou, mas que estão dispostas a retomar o controlo do seu futuro.
Em suma, os funcionários de todo o mundo estão ansiosos por adquirir novas competências e recorrem à tecnologia para obter ajuda. E, por isso, para reter e desenvolver os melhores talentos, as empresas devem prestar mais atenção às necessidades dos funcionários e aproveitar a tecnologia apoiá-los, conclui a análise.
85% das pessoas que participaram no estudo querem que a tecnologia as ajude a definir o seu futuro, das quais 36% querem que esta contribua para ajudar a identificar as competências que devem desenvolver, 36% a recomendar formas de adquirir novas competências e 32% fornecendo as ferramentas necessárias para alcançarem os seus objetivos profissionais.
Além disso, 75% fariam mudanças nas suas vidas com base nas recomendações da inteligência artificial e 82% das pessoas acreditam que a IA pode apoiar as suas carreiras profissionais melhor do que os humanos, fornecendo recomendações imparciais (37%), respondendo rapidamente a perguntas sobre a sua carreira (33%) ou encontrando novos trabalhos que se ajustem às suas competências atuais (32%).
Todavia, os participantes no estudo também acreditam que os humanos continuam a desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento de uma carreira profissional. Mais, consideram que são melhores a oferecer ajuda através de conselhos baseados na experiência pessoal (46%), identificando pontos fortes e fracos (44%) e investigando além do currículo para recomendar cargos que se adaptem à personalidade de cada um (41%).
Paralelamente, 87% acreditam que a sua empresa deveria esforçar-se mais por saber quais são as suas necessidades e 55% preferem ficar numa empresa que possua tecnologias avançadas como a inteligência artificial para apoiar o crescimento profissional.
A par destas conclusões a que o estudo chegou, destaque também para o facto de, no último ano, 80% as pessoas terem sido negativamente afetadas pela pandemia; 29% referiram ter tido problemas económicos; 28% problemas de saúde; 25% falta de motivação profissional; e 23% sentiram-se desvinculadas das suas próprias vidas. A par disto, 62% consideram que 2021 foi o ano mais stressante no trabalho e 52% teve mais problemas de saúde mental no trabalho em 2021 do que em 2020.
Por outro lado, duplicou, desde o início da pandemia, o número de pessoas que acreditam ter pouco ou nenhum controlo sobre as suas vidas pessoais e profissionais. 43% reconhece ter perdido o controlo do seu futuro, 46% o controle da vida pessoal, 41% da sua carreira e 39% das suas relações. A estes números juntam ainda 76% dos inquiridos que sentem que estagnaram nas suas vidas pessoais, 31% que têm ansiedade em relação ao futuro, 27% que se sentem-se presos à mesma rotina, e 26% que dizem sentir-se mais sós que nunca.
Apesar dos inúmeros desafios que enfrentam, nos vários planos da vida, os inquiridos no estudo da Oracle e da Workplace Intelligence revelam-se motivados para fazer mudanças nas suas vidas profissionais. Vejamos: 93% utilizaram 2021 para refletir sobre as suas vidas, enquanto 88% afirmaram que o seu conceito de sucesso tinha mudado desde a pandemia e que, agora, as principais prioridades são o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal (42%), a saúde mental (37%) e a flexibilidade laboral (3%).
Além disso, 75% das pessoas acreditam que estagnaram profissionalmente devido à falta de oportunidades para progredir na carreira (25%) e outras (22%) porque se sentem-se demasiado sobrecarregadas para fazer mudanças.
Apesar de tudo, 83% estão dispostos a fazer mudanças, enquanto 76% admitem estar a enfrentar grandes dificuldades, entre as quais a instabilidade económica (22%), o não saber qual a mudança de carreira adequada (20%), a falta de segurança para fazer uma mudança (20%) e a falta de oportunidades de crescimento nas suas empresas (20%).
A análise mostra também que em 2022 o desenvolvimento profissional é uma prioridade e que são muitas as pessoas dispostas a renunciar a direitos essenciais, como os dias de férias (52%), os bónus financeiros (51%) e até uma parte dos seus salários (43%), para obterem mais oportunidades profissionais.
Pelo contrário, 85% dos funcionários em todo o mundo estão insatisfeitos com o apoio disponibilizado pelas suas empresas e esperam que estas lhes proporcionem mais formação e desenvolvimento de competências (34%), salários mais elevados (31%) e oportunidades para assumir novas responsabilidades dentro da sua empresa (30%).
“O último ano foi um ponto de viragem para o futuro do trabalho. Surpreendentemente, no meio do stress, ansiedade e solidão provocados pela pandemia global, os funcionários encontraram a sua voz, fortaleceram-se e agora defendem o que querem”, afirmou Alén Fernández, diretor de negócios da Oracle Cloud HCM.
Dan Schawbel, sócio-gerente da Workplace Intelligence, acrescentou que “os resultados mostram claramente que o investimento em competências e no desenvolvimento de carreiras profissionais é agora um fator diferenciador fundamental para as empresas, uma vez que desempenha um papel importante para que os funcionários se sintam no controlo da sua vida pessoal e profissional. As empresas que investem nos seus funcionários e os ajudam a encontrar oportunidades colherão os benefícios de uma força de trabalho produtiva e empenhada”.