Entrevista/ “Hoje é notícia, em economia e finanças …”

Atingiu mínimos devido à Covid-19, em março de 2020 e desde essa altura o índice norte-americano S&P 500, assim como o índice Stoxx 600, registam valorizações a 2 dígitos.
O grande impulsionador destas valorizações foi a resposta dada pelos bancos centrais e governos em todo o mundo, para diminuir o impacto económico causado pelo novo coronavírus.
O balanço da Reserva Federal dos EUA subiu ainda no ano transato de 4,17 biliões de dólares para 6,72 biliões, o que representa um aumento de 61% em cinco meses e o Banco Central Europeu aumentou a sua carteira de ativos de 4,61 biliões de euros para 5,45 biliões de euros.
Um programa de compras que suporta os preços das obrigações diminui a rentabilidade destes ativos e incentiva a procura de títulos de maior risco como as ações! Se o investidor quiser manter a rentabilidade do investimento tem de subir na escala de risco.
Na crise de 2008, os bancos centrais tinham, por regra, de responder à fraca atividade económica e à derrocada nas bolsas com a redução das taxas de juro diretoras ou de depósitos. Depois disso, ampliaram o leque de programas pouco convencionais até então, como apoios direcionados a segmentos de mercado, como o papel comercial – títulos emitidos por empresas para captar financiamento rápido, aos quais se seguiram os programas de compra de ativos de larga escala, mais dirigidos a lidar com os difíceis momentos vividos nos mercados financeiros.
Entre 2008 e 2016, o Banco de Inglaterra, a Fed e o BCE implementaram oito programas cada.
Este aumento de apoios dados pelos bancos centrais coincidiu com o maior período de valorização da história do S&P 500, entre 2009 e fevereiro de 2020. Nesse período temporal, o Stoxx 600 e o S&P 500 valorizaram 27% e 146%, respetivamente.
No entanto, os resultados das empresas só melhorarão com procura considerável e apenas a multiplicação do dinheiro pelos bancos centrais poderá ser insuficiente, pois existem várias preocupações e riscos.
Tanto Jerome Powell, Chair da Reserva Federal norte-americana como Christine Lagarde, Presidente do Banco Central Europeu, mostram-se disponíveis para intervir até onde seja necessário!