Como uma gueixa ajudou a criar uma start-up avaliada em milhões
Conheça a história da empreendedora Vicky Tsai que, com a ajuda de uma gueixa e de um produto centenário, fundou a Tatcha, uma start-up que já é avaliada em milhões.
A história de sucesso de Vicky Tsai começa, como tantas outras, com múltiplos fracassos. Começou no seu primeiro ano do MBA de Harvard, altura em que estava a estagiar numa grande empresa de cosméticos.
Parte do projeto de investigação enquanto estagiária era comparar os produtos da companhia em que trabalhava com os das outras marcas, o que incluía testar todos os produtos na sua pele. Infelizmente para a sua cara e felizmente para a sua futura carreira como empreendedora, os testes conduziram a uma dermatite aguda (uma reação altamente alérgica). Em pouco tempo, a cara, os lábios e as pálpebras de Vicky estavam a sangrar e começaram a aparecer-lhe cortes, borbulhas e bolhas.
Segundo o que a fundadora da Tatcha contou à Inc, o ano seguinte ao MBA foi tudo menos fácil. As pessoas não olhavam para Tsai como se esta tivesse “má pele”. Em vez disso, a empreendedora refere que era algo como “aconteceu alguma coisa a esta pessoa!”. O segundo ano não foi fácil para Vicky.
Depois de terminar o curso, encontrou trabalho no Starbucks onde ajudou a empresa a lançar os seus primeiros produtos na China. Semana sim, semana não, Tsai voava de Seattle, cidade que alberga a sede do Starbucks, para a China e em algumas viagens havia uma curta estadia no Japão.
Foi aqui que Vicky descobriu os papéis milagrosos que tiram o óleo da pele. Querendo saber mais sobre o assunto, a empreendedora entrou em contacto com a empresa que os fabricava, mostrando interesse em levar o produto para os Estados Unidos.
O dono não se mostrou recetivo à ideia, mas aceitou receber Vicky na sua fábrica. Depois de saber mais sobre o processo de fabrico do produto, o empresário revelou que as gueixas já o usavam há centenas de anos e apresentou Tsai a uma destas mulheres japonesas.
Deste encontro nasceu a curiosidade de saber mais sobre os rituais de beleza das gueixas, que acabaram por levar a empreendedora à sua loja de eleição. Tsai voltou para os Estados Unidos com uma vasta coleção de produtos de beleza.
Quatro semanas depois de começar a usar os produtos, a pele de Vicky começava a recuperar a suavidade. Oito semanas depois conta que a sua pele tinha voltado ao normal, algo que os médicos lhe tinham dito que não era possível acontecer.
A empreendedora começou a ir ao Japão com mais regularidade. A gueixa que tinha conhecido apresentou-lhe as restantes gueixas que partilharam o seu conhecimento. Vicky explica que, a não ser que se seja uma gueixa, não há maneira de se ter conhecimento deste tipo de técnicas, visto que estas mulheres japonesas não partilham os seus segredos com o mundo.
Com a ideia de criar um negócio a partir destes produtos centenários, Tsai contratou um investigador e tradutor, que mais tarde descobriu um livro de 1813 que continha todos os rituais de beleza das gueixas.
Destes produtos nasceu a Tatcha, uma start-up que foi cotada como uma das empresas de cosméticas que mais cresceu nos últimos anos e que, em 2014, gerou perto de 10 milhões de euros. No entanto, o caminho não foi fácil. Apesar do atual sucesso, Vicky teve de reunir com dezenas de empresas de retalho até uma aceitar vender o seu produto.