A start-up especializada em investigação na área da biotecnologia, anunciou ontem que passou a integrar a britânica GammaDelta Therapeutics.
A Lymphact – Lymphocyte Activation Technologies, S.A, empresa que integra o portfólio da Portugal Ventures e da Busy Angels, foi adquirida pela GammaDelta Therapeutics Limited, empresa de investigação sediada na London BioScience Innovation Centre, em Londres.
Foi criada em 2016 pela Abingworth conjuntamente com o Cancer Research Technology Limited, com base na investigação desenvolvida no King’s College de Londres e no Francis Crick Institute pelos investigadores Adrian Haydat e Oliver Nussbaumer.
“Esta transação representa um marco para o sector de biotecnologia em Portugal e estou confiante que a GammaDelta Therapeutics é o parceiro certo para ajudar a levar a nossa tecnologia DOT-Cells aos doentes. Estamos a dar um passo decisivo nesse sentido e a confirmar o valor científico da investigação biomédica realizada em Portugal. Ao mesmo tempo, estamos também a dar um sinal claro de que o empreendedorismo português está ciente do potencial do setor das ciências da vida e está a conseguir desenvolvê-lo”, afirmou em comunicado Diogo Remechido Anjos, cofundador, ex-presidente e CEO da Lymphact.
A aquisição da empresa portuguesa representa, assim, mais uma etapa no desenvolvimento clínico de terapias celulares baseadas em células T gama delta na área da oncologia e vem enriquecer significativamente a plataforma da GammaDelta Therapeutics .
Complementares, as duas tecnologias têm potencial para desenvolver novas imunoterapias destinadas a tratar uma ampla gama de doenças oncológicas, tanto hematológicas quanto de tumores sólidos.
Como reafirmou Bruno Silva-Santos, cofundador e o principal cientista por detrás da Lymphact, “a Gamma Delta Therapeutics possui tecnologia própria que é altamente complementar às nossas células DOT. Portanto, o potencial para sinergias é imenso. Por outro lado, estamos muito entusiasmados em ter acesso aos meios excecionais da GDT para permitir trazer as DOT-Cells para a clínica.
Também Paolo Paoletti, CEO da GammaDelta Therapeutics, se mostrou entusiasmo com o negócio e com o potencial da tecnologia da Lymphact.” Acreditamos que complementa a nossa tecnologia, o que nos ajudará a avançar a nossa missão de oferecer novos tratamentos para doentes oncológicos usando células T Gamma Delta Vδ1”, explica.
A Lymphact, recorde-se, começou em 2013 pela mão do investigador Bruno Silva-Santos (no Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes) e de Daniel Correia (que descobriu as DOT-Cells, um novo tipo de linfócitos com capacidade de matar células tumorais), a quem se juntou, posteriormente, o empreendedor Diogo R. Anjos. A Lymphact tem continuado a desenvolver as suas atividades científicas em estreita articulação com o Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes / FMUL.
A propósito da aquisição desta empresa do seu portfólio, Rita Marques, presidente da Portugal Ventures, não hesitou em afirmar que “com esta operação, estamos a projetar Portugal para o mundo, exportando conhecimento e tecnologia nacionais, com impacto socioeconómico relevante”. Acredita que este caso de sucesso irá alavancar outros casos no futuro, “podendo assistir-se a um efeito multiplicador de projetos em ciências da vida e da saúde originados em Portugal, que continuarão a despertar o interesse de agentes económicos internacionais em inovação tecnológica”, conclui.