Fundo Soberano de Angola prevê lucros em 2017

O Fundo Soberano de Angola prevê alcançar lucros em 2017, tendo já investido 407 milhões de dólares (cerca de 383 milhões de euros) em empresas emergentes de elevado potencial, segundo conclusões de uma auditoria externa divulgada recentemente.

O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) foi criado em 2012 pelo governo, tendo atingido, quatro anos mais tarde, a dotação prevista de 5 mil milhões de dólares (cerca de 4,7 mil milhões de euros), com parte das receitas petrolíferas, mas desde 2014 que não recebe novas transferências.

Liderado por José Filomeno dos Santos, o Fundo divulgou algumas conclusões da habitual auditoria independente, realizada pela Deloitte & Touche, às demonstrações financeiras de 2015, já aplicando as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS).

“O Fundo Soberano de Angola é a primeira instituição financeira do país a apresentar demonstrações financeiras, auditadas por uma firma independente, que se conformam com as Normas Internacionais de Relato Financeiro”, destaca o FSDEA em comunicado.

O FSDEA acrescenta ainda que estas demonstrações apontavam para 4,75 mil milhões de dólares (cerca de 4,47 milhões de euros) de ativos, à data de 31 de dezembro de 2015 e uma previsão de “alcançar lucros apenas em 2017”, mas sem adiantar uma estimativa.

O documento refere que, àquela data, os ativos de renda fixa do Fundo correspondiam a 1,2 mil milhões de dólares (cerca de 1,1 mil milhões de euros), representando 25% da carteira, enquanto os ativos de renda variável estavam avaliados em 620 milhões de dólares (cerca de 584 milhões de euros), equivalente a 14% da carteira.

Estavam ainda destinados pelo Fundo 2,7 mil milhões de dólares (cerca de 2,5 milhões de euros) para ativos de private equity ou de elevado potencial, empresas não cotadas, em Angola e na região da África subsariana, dos quais 407 milhões de dólares (cerca de 383 milhões de euros) “já haviam sido investidos”.

Além disso, 62% dos recursos da carteira estão dedicados a investimentos em Angola e na África subsariana, 21% na América do Norte e 11% na Europa.

“Continuamos a fazer investimentos importantes em Angola e noutros países da África Subsariana, através fundos de private equity. Constatamos que muitos investidores observam o nosso continente com bastante interesse, devido aos elevados índices demográficos e urbanização que regista. Em África, estes fatores servirão de base para o aumento da demanda em várias indústrias no futuro”, refere José Filomeno dos Santos na mesma informação.

Os investimentos do FSDEA na infraestrutura, hotelaria, silvicultura, agricultura, saúde, indústria mineira e capital estruturado “visam apoiar o crescimento da atividade comercial destes ramos na região”, destaca.

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