FreeHouse, uma incubadora diferente

A Freehouse é uma espécie de incubadora única. Trata-se de um projeto no qual empreendedores ajudam outros empreendedores e fazem-no numa vivenda nos arredores de Oviedo, Espanha, onde além de praticarem o ‘coworking’ também praticam o ‘coliving’.

Conhecida como ‘casa dos empreendedores’, a Freehouse é um espaço concebido para acompanhar aqueles que desejam criar um novo negócio, mas que necessitam de apoio, assessoria, outras visões diferentes ou, simplesmente, de partilhar a vida com outros empreendedores, para obter perspetivas diferentes e novas ideias ou sinergias.

A Freehouse é mais do que uma incubadora, é também um espaço de coworking e uma casa para praticar o coliving, um lugar no qual se podem desenvolver os projetos pessoais, enquanto se está em constante contacto com a equipa da Freehouse e com os restantes empreendedores que passam por esta casa.

Como surgiu o projeto?

As instalações da Freehouse são oferecidas de forma gratuita a todos aqueles que necessitem, além de oferecer a assessoria profissional dos seus membros. A ideia surgiu quando a CEO atual da Freehouse, Marina Vidiago, necessitou de esclarecer algumas dúvidas que lhe surgiram a respeito do negócio familiar que estava a desenvolver no setor do turismo rural.

Ao consultar Daniel Suárez, empreendedor em série residente também em Oviedo, ocorreu a Marina a ideia de criar um projeto que ajudasse outros empreendedores. Assim nasceu a Freehouse, uma comunidade de empreendedores que promove a entreajuda e que vai muito além dos negócios.

Quando a empresa passou de um ambiente urbano para outro rural, situado nos arredores de Oviedo, a Freehouse constituiu-se como cooperativa e, desde que chegaram à vivenda de Las Mazas, a casa serve como incubadora.

Em Freehouse vivem quatro sócios, juntamente com dois cães e três galinhas. Os inquilinos empreendedores, que vão e vêm, preenchem a lista de residentes na vivenda de Las Mazas, na qual residem enquanto tentam fazer avançar a ideia da sua vida. A comunidade é formada por um grupo aproximado de 20 pessoas, cada uma trabalha por conta própria.

Como funciona?

Os sócios fundadores da Freehouse avaliam exaustivamente os projetos que lhes chegam, costumam escolher dois por ano e decidem o grau de participação com que vão intervir em cada projeto, seja só ajudando, seja assumindo-os e incubando-os ou acelerando-os, tudo dependendo do estado em que se encontre o projeto.

Quando o projeto acaba por lançar o seu produto ou serviço no mercado, esta incubadora participa nele com uma percentagem acionista ou ‘equity’, que costuma ser na ordem dos 10%.

O habitual é que as novas empresas que surgem a partir de Freehouse se constituam como novas S.L., e nunca costumam faturar através da cooperativa. Na Freehouse existem ainda outras quatro vias de receitas, como a consultoria para empresas, serviços de recolha e interpretação de dados, development e design.

Os fundadores da Freehouse recusam todos os projetos que não lhes pareçam interessantes. Na Freehouse, não pretendem ser investidores nem viver à base do equity, o que procuram é encontrar projetos que valham a pena, ajudá-los a ser conhecidos e a passar ao seguinte com o mesmo entusiasmo.

Na Freehouse há  também galinhas e uma horta. Todos os moradores participam ativamente nas tarefas da horta, assim como das tarefas diárias da casa, que são organizadas através do Trello. Por outro lado, procuram dar o seu contributo a nível local, organizando eventos com programadores, jornadas de start-up weekend ou atividades similares.

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