Foodtech: as duas start-up apoiadas pelo chef Paul Bocuse
IN e os seus alimentos à base de insetos e a app Helloextra irão integrar a nova formação especializada em empreendedorismo do Instituto Paul Bocuse.
Duas start-up chegaram empatadas ao primeiro Food Tech Challenge do Instituto Paul Bocuse, em Lyon. Mais de 50 jovens principiantes apresentaram um dossier, 12 dos quais competiram recentemente perante um júri de profissionais da restauração, da grande distribuição e da captação de investimento.
Victor Penhoat da Helloextra, uma aplicação para contactos de urgência entre profissionais da restauração e empregados de mesa ou cozinheiros de recurso, e Adrien Lamblin da IN, que projeta e comercializa bifes de proteínas à base de insetos (o Tenebrio molitor, vulgarmente designado por bicho-da-farinha, bem conhecido dos moleiros) foram os grandes vencedores e receberam uma bolsa para a primeira turma de um novo programa de formação dedicado ao empreendedorismo, no Instituto Paul Bocuse.
Segundo o Les Echos, um terço dos alunos (entre os 400 estudantes formados nos cursos de restauração e hotelaria) cria o seu negócio nos cinco anos seguintes. Com isto em mente, a escola já tinha lançado uma incubadora. “Mas não basta um espaço de coworking, wi-fi e uma cafetaria para os apoiar. Daí a criação de uma especialização em empreendedorismo de 30 semanas, no quarto ano”, diz Dominique Giraudier, o diretor-geral do Instituto Paul Bocuse.
O concurso terá lugar duas vezes por ano. Os vencedores encarnam duas grandes tendências da foodtech: inovação na nutrição e digitalização da restauração, recorrendo a todo o tipo de aplicações que tornem a vida mais fácil para os profissionais ou promovam projetos comunitários (Fermie, Peligourmet, FamilyRepas, de caridade e ambiental (Sharity, DateLimite) e iniciativas que melhorem a “experiência do cliente”, como o escanção virtual Matcha.
Entre os candidatos ao Food Tech Challenge, provenientes de escolas de engenharia ou de gestão, assim como do mundo da culinária, alguns já tinha levantado várias centenas de milhares de euros.
Participaram também uma dúzia de jovens principiantes da École 42 ou da incubadora Smart Food Paris. Por que excluí-los? “Um evento como este é uma oportunidade de encontrar novos pontos de comunicação e consolidar a sua rede. Mas nós tínhamos selecionado aqueles aos quais podíamos realmente dar um impulso”, disse o organizador do evento. “Os investidores estão cautelosos, eles sabem que há start-ups neste setor”, assegurou.