Estudo: Geração Z quer criar empresas ou trabalhar por conta própria
Um estudo levado a cabo pela ATREVIA e pela Universidade de Deusto Madrid revelou que 52,2% das pessoas incluídas na Geração Z aspiram a criar a própria empresa ou a trabalhar por conta própria.
A pesquisa feita pela universidade madrilena e pela consultora de comunicação à primeira geração nativa digital, revelou também que, no aspeto social, o que mais preocupa a Geração Z é a educação. Reclamando uma educação mais digital e que consiga preencher os requisitos do mercado, 49,7% dos jovens inquiridos consideram que investir na educação é a principal prioridade para o desenvolvimento do país.
Os jovens nascidos entre 1994 e 2010 – faixa etária pertencente a este denominado grupo “Z” – representam perto de 2,5 milhões da população portuguesa. Para Ana Margarida Ximenes, presidente da ATREVIA Portugal, “os jovens Z encontram-se num dilema. Nasceram nos últimos anos do século passado e a Internet acompanhou-os toda a vida. No entanto, o mundo ainda não é 100% digital pelo que, ou renunciam parte da sua identidade para se adaptarem à realidade dos seus pais e avós, ou são eles próprios e correm o risco de ficar na periferia do sistema”.
De forma a garantir o desenvolvimento do país, os inquiridos revelam que problemas como a pobreza, a corrupção e o desemprego juvenil são os pontos de maior preocupação para esta geração. Depois da educação, o apoio aos empreendedores e às PMEs são considerados os investimentos necessários para garantir o desenvolvimento do país. O investimento em saúde, a luta contra a desigualdade e a defesa da sustentabilidade são igualmente fundamentais para estes jovens.
De acordo com o diretor da Deusto Business School Madrid, Iñaki Ortega, existem quatro pontos que definem a Geração Z: irreverência, imediatismo, inclusão e incerteza. Ortega explicou que as pessoas incluídas nesta geração são “irreverentes porque não hesitam em contrariar os pais, os professores ou os mais velhos porque são autodidatas. O imediatismo assente nas redes sociais que utilizam, onde tudo é rápido e fugaz, a economia colaborativa e a diversidade que abraçam fazem com que sejam inclusivos. O mundo líquido em que nasceram, nas palavras do filósofo Bauman, onde nada é estável e tudo muda, faz com que a incerteza seja uma companhia constante, uma vez que nasceram em plena crise global”.
No que diz respeito ao local de trabalho, 68,2% dos jovens preferem conciliar a profissão com a vida pessoal e 63,7% dão prioridade ao bom ambiente no trabalho. Ao contrário das gerações anteriores, 24,6% pretende ser assalariado numa empresa privada e apenas 9,3% quer trabalhar na função pública.
Para elaborar este estudo foram realizadas mais de 600 entrevistas a membros da Geração Z e sete focus group, em que participaram mais de 50 gestores de recursos humanos e marketing. Pode fazer download do estudo completo aqui.