Estados Unidos e Reino Unido lideram investimento em start-ups portuguesas

Os EUA são a maior fonte de investimento no ecossistema português, ao representarem 33,99% do dinheiro investido. Segue-se o Reino Unido com 11,22% e a França com 3,30%, segundo a BGI e a EIT Digital.
O investimento estrangeiro domina a aposta em start-ups portuguesas: representa uma fatia de 66,84% do investimento, contra 27,86% do investimento que teve origem em Portugal.
De acordo com o estudo 2019 Portugal Startup Outlook, da BGI e da EIT Digital, a maior parte do capital de risco a financiar start-ups portuguesas vem dos Estados Unidos (33,9%) e do Reino Unido (11,12%).
O venture capital continua a ser a principal fonte de financiamento de start-ups a nível nacional (68,28% do total investido), seguido de capital privado (29,42%), de acordo com o mesmo estudo.
O Porto é a região portuguesa que mais investimento atrai (36,71%), superando Lisboa (28,44%) e Coimbra (11,99%). Entre as áreas mais atrativas para os investidores estão as indústrias da saúde, dos transportes e mobilidade e dos media devido à expectativa de retorno a médio prazo, explica o relatório.
As start-ups de tecnologias da informação atraíram metade (49,74%) do investimento feito em jovens empresas portuguesas nos últimos dez anos. O setor ficou à frente de segmentos como o retalho (20,62%), serviços de saúde (12,93%) e energia e sustentabilidade (4,11%) na captação de investimento.
Também em matéria de políticas públicas e regulatórias, Portugal continua abaixo da média europeia. Os impostos e a burocracia são um dos indicadores que contribuem para esse resultado, com exceção do ano de2015, que coincide com a altura em que se deu o anúncio de que o Web Summit, maior conferência de tecnologia e empreendedorismo do mundo, se mudaria de Dublin, na Irlanda, para Portugal.
Já no que toca ao apoio do Governo em matéria de empreendedorismo, o estudo assinala “melhorias”, nomeadamente através de programas de apoio a start-ups portuguesas como o Startup Visa ou o programa de coinvestimento 200M. O apoio ao empreendedorismo em Portugal aparece, assim, ligeiramente acima da média, tanto na América do Norte como na Europa, entre 2014 e 2016.
O estudo assinala ainda a discrepância de género em matéria de empreendedorismo, assumindo as mulheres um papel de muito menor destaque quando se trata de criar e desenvolver negócios em start-ups. Em cada 800 trabalhos gerados por start-ups no Porto, apenas 200 são ocupados por mulheres. Já em Lisboa, em cada cinco postos de trabalho, apenas um é ocupado por uma mulher.