Empresas que escalam a inovação a tecnológica crescem mais em receita, segundo Accenture
A Accenture analisou mundialmente mais de oito mil empresas para avaliar o impacto que o investimento tecnológico tem no desempenho financeiro das organizações.
O novo estudo da consultora Accenture revelou alguns dados que relacionam a adoção de tecnologia e o crescimento económico e que reúne insights sobre como escalar a inovação e alcançar o máximo valor dos investimentos em tecnologia.
Designado “Full Value. Full Stop. How to scale innovation and achieve full value with Future Systems”, o estudo baseia-se numa análise efetuada junto de mais de 8.300 organizações, em mais de 20 indústrias e em 20 países. E uma das suas grandes conclusões aponta para o grande impacto que a adoção e o investimento em tecnologia têm no desempenho financeiro das organizações. Também destaca os métodos e comportamentos adotados pelas empresas que são líderes nas suas áreas de atuação.
Apoiar as empresas a compreenderem melhor esta realidade e a eliminarem o gap da concretização da inovação, ou seja, a diferença entre o valor potencial e o concretizado dos investimentos em tecnologia, é o objetivo final desta análise.
O estudo avaliou as empresas nas dimensões adoção de tecnologia, profundidade da adoção e capacidade organizacional e cultural. E, ao atribuir uma pontuação a cada um destes fatores-chave, determinou quais eram as empresas “Leaders” (primeiras 10%) e as “Laggards” (últimas 25%).
Assim, ao analisar os indicadores de desempenho entre 2015 e 2023 (projeções), o estudo identifica a relação entre a adoção da tecnologia e o valor alcançado, constatando que as receitas das empresas “Leaders” cresciam duas vezes mais do que as “Laggards”. Por outro lado, estas últimas foram responsáveis por perdas de 15% da receita anual, em 2018, podendo vir a perder potencial de crescimento de 46% das receitas até 2023 se não mudarem a sua abordagem à tecnologia.
Já as empresas “Leaders” acreditam que humanos e as máquinas podem realçar o que há de melhor em cada um, em simultâneo, com o reforço das parcerias entre as organizações e os seus ecossistemas.
A Accenture concluiu ainda que as “Leaders” demonstram ter uma mentalidade e uma abordagem distintas perante a adoção da tecnologia e a transformação organizacional.
Vejamos: estão a adotar tecnologias como a IA a uma taxa de 98% em comparação com apenas 42% das empresas “Laggards”; também estão a utilizar soluções que permitem dissociar dados, infraestrutura e aplicações; estão mais avançadas no que diz respeito à adoção da cloud como forma de alavancar outras tecnologias, incluindo IA e analytics; 95% vê a cloud como um catalisador para a inovação, em comparação com apenas 30% das empresas “Laggards”; 90%” tomam medidas para garantir a qualidade da informação em vez de confiarem em dados não verificados ou potencialmente tendenciosos; estão a alcançar um melhor alinhamento do negócio ao quebrarem as barreiras entre o IT e os outros departamentos; e, por último, estão a utilizar formação experiencial quase três vezes mais do que as empresas “Laggards”: 73% versus 24%. A utilização de IA e das advanced analytics, em áreas como a formação personalizada, está a ser feita por 87% das empresas “Leaders”, contra 35% das “Laggards”.
A propósito deste estudo, Rui Barros, diretor-geral na Accenture Technology, frisou que “os executivos estão a investir significativamente em novas tecnologias, mas nem todas as empresas estão a retirar todos os benefícios da inovação como resultado desses investimentos”. Por isso, acrescentou que “para serem competitivas no atual mundo orientado a dados, as organizações devem definir uma estratégia clara para a adoção de novas tecnologias e uma visão dos seus sistemas de futuro. Este estudo revela que as empresas que lideram a nível mundial estão a investir em sistemas sem barreiras, adaptáveis e radicalmente humanos baseados na cloud para maximizar a inovação, o desempenho e o valor de negócio”.