Empresas portuguesas estão focadas nas prioridades de curto-prazo, revela estudo Mercer

Reforçar a flexibilidade, reinventar carreiras mais fluidas e promover a aquisição de novas competências são as principais prioridades das empresas portuguesas para 2021, de acordo com o novo estudo da Mercer.

A Mercer lançou a sexta edição do estudo Global Talent Trends (GTT) este ano com um relatório específico de Portugal, no qual fica patente que as empresas portuguesas colocaram em marcha um conjunto de processos de transformação que, apesar do contexto, conseguiu alcançar resultados significativos em 2020.

De acordo com o estudo as empresas nacionais estão focadas essencialmente nas prioridades de curto-prazo. Dos 55 líderes de RH em Portugal que participaram no inquérito, 71% prevê que a Covid-19 impacte de forma negativa os seus negócios. Também a responsabilidade social corporativa assumiu maior relevância devido à perceção generalizada do aumento das desigualdades causada pela pandemia e pelos diferentes ritmos de recuperação dos diferentes setores da economia.

O Global Talent Trends 2021 mostra que 76% dos líderes portugueses afirma que aquilo que até agora era valorizado pelos colaboradores mudou. Por isso, as empresas estão a trabalhar no sentido de descobrir aquilo que é mais relevante para cada grupo de colaboradores nesta nova era. 80% das organizações reconhece a necessidade de ter um sistema para manter a cultura organizacional, enquanto é feita a transição para um novo modelo e novas formas de trabalho.

Quanto às tendências perspetivadas para este ano, o Global Talent Trends Portugal conclui que 73% dos líderes de RH afirmam que as suas empresas mantiveram ou aumentaram o ritmo de implementação de uma abordagem de negócio com base em ESG e multi-stakeholder; 64% das empresas nacionais está focada na reinvenção da flexibilidade em todos os seus aspetos; e 58% dos HR Leaders portugueses destacam a gestão/priorização de competências.

A experiência do trabalho remoto e a necessidade das empresas ajustarem a sua capacidade para trabalhar remotamente moldou os planos de transformação em 2020. Agora muitos estão focados na reinvenção da flexibilidade em todos os seus aspetos (64%), seguida pela expansão de talento e dos ecossistemas de aprendizagem neste contexto (60%).

Embora 29% das organizações portuguesas afirme que os seus planos de mudança incluem uma transformação significativa da força de trabalho, será essencial que se tomem decisões arrojadas, mas precisas no que se refere a uma orientação de longo e curto prazo.

O estudo conclui ainda que 5% dos líderes de RH portugueses afirma que a aquisição de conhecimento/competências é fundamental para esta transição, enquanto 40% refere que o desempenho relacionado com o trabalho flexível é uma das áreas-chave a melhorar em 2021.

Os modelos de trabalho remoto continuam a estar no topo das prioridades em 2021 para a maioria dos líderes de RH. De acordo com o Global Talent Trends Portugal para acelerar o progresso destas tendências, as empresas devem considerar algumas prioridades essenciais como, por exemplo, trabalhar em modelos flexíveis numa lógica sustentável; mapear e avaliar competências e comportamentos desejados; contribuir para a saúde e o bem-estar dos colaboradores; e garantir uma estratégia integrada de pessoas.

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