Empresas de excelência em Portugal, segundo o Kaizen Institute

Os prémios Kaizen Lean voltaram a premiar a “dinâmica, a dedicação e a energia das empresas” nacionais. Entre as premiadas estão nomes como Amorim Cork Composites, EDP, Olbo & Mehler, Generis e NOS.
O Kaizen Institute distinguiu em Portugal 16 empresas com os prémios de excelência “Kaizen Lean”. Os prémios estão estruturados em cinco categorias – Excelência na Produtividade, Excelência na Qualidade, Excelência no Setor da Saúde, Excelência no Sistema de Melhoria Contínua e Excelência na Estratégia de Crescimento.
“Nesta sexta edição do prémio Kaizen Lean, premiamos o mérito das empresas e das respetivas equipas que implementam práticas de melhoria contínua, porque deste modo ajudam as organizações a crescer e a desenvolverem-se”, afirmou Euclides Coimbra, senior partner do Kaizen Institute.
Segundo o secretário de Estado da Indústria que marcou presença no evento, “o envolvimento de todos os recursos humanos que o Kaizen promove é muito importante (…) e também é possível aplicar o Kaizen na administração pública”. João Vasconcelos sublinhou ainda que “há um importante trabalho de qualificação da gestão, de liderança e de mão de obra. Vemos isso no programa 4.0 do governo, e este é um momento bom para a nossa indústria, porque estamos a crescer e a contratar, sendo que a indústria portuguesa se baseia no conhecimento e na inovação”.
As organizações Olbo & Mehler, EDP, Hospital de Cascais, Generis, Guerin, e Sakthi Portugal venceram o primeiro prémio em cada categoria, numa cerimónia que juntou mais de 300 pessoas no Museu do Oriente, em Lisboa.
Foram também atribuídos três prémios especiais: a Cláudia Almeida e Silva, CEO da FNAC, com o prémio embaixador Kaizen, pela persistência e dinamismo que demonstra em relação à melhoria contínua; a José Luís Simões, presidente do conselho de administração do grupo Luís Simões, com o prémio Kaizen, pelo percurso dentro do Grupo e pela aproximação e envolvimento com as equipas; e um prémio especial atribuído também à Sonae MC, prémio de mérito, entregue ao CEO Luís Moutinho, pelos dez anos de implementação de melhoria contínua na Sonae MC, que se tornou na forma de ser e estar dos colaboradores.
Com um portfólio de serviços destinados a conseguir a excelência operacional através da melhoria da qualidade dos produtos e serviços, do aumento da produtividade e da motivação dos colaboradores, o Kaizen Institute dá suporte a líderes de organizações no desenho e implementação de processos que permitem a prática da melhoria contínua de uma forma sustentada.
O Kaizen Institute está em Portugal desde 1999 e desde 2011 que atribui os prémios Kaizen Lean no nosso país.
Consulte todos os prémios por categoria.
Desafios no centro da excelência
A inovação foi apontada por alguns dos líderes das empresas premiadas como um dos fatores críticos de sucesso das mesmas.
Moisés Ribeiro, diretor de operações da Amorim Cork Composites, explicou que “a inovação está no ADN da Amorim Cork Composites. Por isso, somos muito rigorosos na sua gestão. (…) Gerar inovação com novos produtos, novas aplicações e estabelecer cada vez mais parcerias com especialistas para cada tipo de aplicação faz parte da nossa ambição”.
Também Adriano Duarte Neves, administrador da NOS, referiu ao Link To Leaders que, “se a NOS é hoje uma marca forte e robusta, deve-se a uma aposta na inovação e na sua capacidade de responder aos desafios de negócio de forma sustentada”.
Segundo o responsável, “apesar de todas as melhorias que a NOS tem proporcionado aos seus clientes, tanto em inovação como em experiência de cliente, acreditamos que ainda temos um longo caminho a percorrer e termos a consciência desse facto dá-nos alento para tentar sempre fazer amanhã melhor do que fazemos hoje”.
O trabalho em equipa foi outro dos pontos focados por alguns dos líderes das empresas premiadas.
“Trabalhar em equipa foi o nosso maior desafio”, confessou Maria Eduarda Vidal, coordenadora da Unidade de Saúde Familiar Terras de Santa Maria (USF). “A base são mesmo as pessoas, profissionais com o utente no centro da atividade, numa perspetiva de melhoria contínua, em que objetivo máximo é a qualidade total e isso só pode ser atingido com o envolvimento e comprometimento de todos”, acredita, acrescentando que “pretendemos que o Kaizen seja, de facto, um modo de vida da USF”.
Manuela Silva e Luís Oliveira, managers da Jasil, corroboram da mesma opinião, referindo que ao envolver toda a equipa “no projeto, conseguimos que fossem eles próprios a identificar o que estava mal ou a mais nos seus postos de trabalho, a identificar as operações sem valor acrescentado e a sugerir mudanças”. “Hoje podemos dizer que havia uma Jasil antes do Kaizen e há agora uma nova Jasil depois do Kaizen”, acrescentam.
Sobre este tema Jorge Fesch, CEO e chairman da Sakthi Portugal, referiu que “a pessoa e o seu grau de satisfação é a nossa principal tarefa. Uma equipa entusiasmada e dedicada oferecerá ao nosso cliente a diferença pela proximidade, pela criatividade e pelas novas soluções. O grau de atratividade da empresa aumentará com novas oportunidades, com novos volumes e com novos e aumentados resultados”.
Contrapartidas do método Kaizen
Quando questionadas sobre os ganhos que o método Kaizen aporta aos seus projetos, as respostas dos responsáveis das empresas premiadas foram unânimes: aumento de eficiência, produtividade e satisfação dos clientes.
Segundo Delfim Rodrigues, presidente do conselho de administração do Hospital de Guimarães, “ao longo do projeto, fomos capazes de reduzir a zero as reclamações dos cidadãos e dos outros serviços do hospital, de recuperar um atraso de quatro anos na atualização dos processos. Os processos não enviados para os atos assistenciais (consultas, exames, cirurgias) tiveram uma redução até ao momento de 96%, os níveis de motivação da equipa de trabalho nunca foram tão evidentes, tendo o nível de absentismo reduzido 82%, o nível de produtividade aumentou 53%, reduzimos em 28% a área ocupada com o arquivo, mantemos uma cultura diária de melhoria contínua e, por fim e não menos importante, aportamos poupanças anuais ao hospital que rondam os 50 mil euros, tendo o nível de investimento sido reduzido”.
Também o Hospital de Cascais beneficiou do método Kaizen. Vasco Antunes Pereira, presidente do conselho de administração do Lusíadas Saúde – Hospital de Cascais, referiu ao Link To Leaders que o Núcleo de Eficiência no Hospital de Cascais – que esteve na base da distinção – permitiu que, “globalmente e em cerca de 15 meses, tivessem sido desenvolvidos cerca de 22 projetos com ganhos de eficiência de cerca de 1,5 milhões de euros”.
Ricardo Martins, diretor de recursos humanos, financeiro e IT do YKK Portugal, confessou que, através deste método, a empresa registou um aumento de produtividade e de satisfação dos clientes. “Tínhamos um processo rudimentar, desenvolvido há muitos anos atrás, muito baseado no trabalho manual e na experiência dos operadores, o que originava erros, logo reclamações de clientes”. Com o projeto Kaizen foram conseguidos, em termos de resultados, o “aumento de produtividade em cerca de 20%, a diminuição do número de reclamações e a satisfação dos clientes e colaboradores”.
A fábrica portuguesa Olbo & Mehler recorreu também ao método japonês e registou nos últimos 18 meses “um aumento de produtividade de 14%, redução dos desperdícios e redução dos stocks de matéria prima em 50%”.