A empresária que viaja 190 mil km por ano para promover a sua marca

Já fez parte da lista Forbes México das 50 mulheres de negócios mais importantes em 2013 e hoje é o rosto da tequilha Casa Dragones. González Nieves passa duas semanas por mês em viagens de negócio.

Todos os meses, Bertha González Nieves deixa o seu apartamento em Nova Iorque para viajar pelo mundo. A fundadora da tequilha Casa Dragones, de 45 anos de idade, visita constantemente os agricultores do estado de Jalisco, no México. Ali são cultivadas as plantas com as quais produz a tequilha em pequenas quantidades.

Fabricada inteiramente com agave azul, a Casa Dragones é uma tequila suave para servir com a comida de uma maneira semelhante aos vinhos ou whiskys de gama alta, afirma a empreendedora, citada pela BBC.

Comparando com outras marcas, o seu produto não é barato: uma versão de gama alta, com aromas de pera e baunilha, é comercializada por 275 dólares (cerca de 256 euros), leva uma média de oito anos a ser produzido e é apresentado em caixa, numa garrafa de cristal e numerada à mão.

Fazer parte da pequena equipa que cria e comercializa esse produto de luxo implica que González Nieves percorra cerca de 190 mil quilómetros por ano em viagens de negócios, que a levam regularmente à América do Norte e Europa.

“Eu vejo (a viagem de negócios) como um estilo de vida”, diz González Nieves, que fez parte da lista Forbes México das 50 mulheres de negócios mais importantes em 2013.

Espírito empreendedor e de aventura

González Nieves calcula que passa duas semanas por mês em viagens de negócio. A empreendedora mexicana viaja para Monterrey ou para a Cidade do México, ou para Dallas, Miami e Los Angeles. Encontra-se com clientes no campo para ver como se produz a tequilha e faz questão de comprovar a apresentação das garrafas nos pontos de venda ou hotéis.

Apesar da sua agenda preenchida, González Nieves conta que gosta de passar uns dias, em cada seis semanas, com cultivadores de agave no estado de Jalisco, inspecionando as plantas que eventualmente serão destiladas para fabricar o licor, numa instalação próxima.

Manter uma ligação com os agricultores reforça os seus vínculos com o processo de produção e ajuda-a a falar mais apaixonadamente sobre o produto quando está em viagem.

Há semanas que viaja também para Roma, Londres e Paris, para levar o seu produto ao outro lado do Atlântico. “Londres é um mercado de licores de luxo por excelência”, diz a empresária, que visita a Inglaterra várias vezes por ano.

González Nieves iniciou a sua carreira como consultora de gestão nos mercados latino-americanos, passando semanas em lugares como Chile ou Argentina. Mais tarde, trabalhou como executiva de marketing para o produtor de tequila José Cuervo.

No entanto, a empresária confessa que não estava totalmente preparada para as exigências de gerir o seu próprio negócio internacional.

A sua primeira reunião começa às 9h00. O seu dia de trabalho estende-se com frequência pela noite até tarde, devido aos eventos especiais de comercialização com os clientes.

González Nieves cresceu na Cidade do México e instalou-se em Nova Iorque, depois de completar a universidade perto de Chicago. A mexicana diz que está focada em quebrar barreiras culturais.

Para além das barreiras geográficas, como mulher num negócio de licores dominado por homens, tinha que provar inicialmente que podia ser levada a sério. É agora a primeira mulher a possuir a designação de Maestra Tequilera (equivalente a um escanção de vinho), algo que lhe levou 12 anos no negócio para alcançar.

Depois de muitos anos de viagens, González Nieves aprendeu que recarregar energias em casa é uma prioridade. Para evitar o esgotamento, a empresária opta por passar os fins de semana em casa. “Ter esse equilíbrio dos fins de semana é o que me dá a energia e a resistência”, assegura.

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