Ecossistema português de start-ups é dos mais dinâmicos da Europa, revela estudo

A norte-americana Mind the Bridge realizou um estudo, em conjunto com a Crunchbase, sobre as aquisições de start-ups nos últimos sete anos e revelou que Portugal é um dos países mais dinâmicos a nível europeu.
O relatório realizado pela Mind the Bridge – em conjunto com a Crunchbase – sobre as M&A (mergers and acquisitions / fusões e aquisições) analisou o crescimento e o amadurecimento do ecossistema de start-ups a nível mundial, com um foco principal nos progressos conseguidos pelo continente europeu.
Desde 2010 houve 15533 aquisições de start-ups. Este número perfaz um valor de cerca de 1085 mil milhões de euros, o que coloca a média por aquisição em perto de 70 milhões. Das mais de 15 mil aquisições, 3573 são oriundas da Europa e 9176 dos Estados Unidos. O Reino Unido comanda as aquisições europeias, com mais de um terço a serem feitas a partir das terras de Sua Majestade.
Em 2017 já houve 4217 exits (quando uma start-up deixa de estar dependente de investidores de capital de risco e é vendida: através da entrada na bolsa ou da aquisição por outra empresa, por exemplo).
Na Europa houve um total de 1.154 exits, um aumento no volume de negócios na ordem dos 62% quando comparado a 2016, ano em que houve 716 exits de start-ups no ecossistema europeu. O volume monetário também cresceu de 61,8 mil milhões para 93,5 mil milhões.
Do outro lado do Atlântico, as start-ups norte-americanas viram no ano passado um total de 1685 exits e este ano conseguiram 2194. Ao contrário do ecossistema europeu, houve um decréscimo em termos monetários nas exits das start-ups desta região. Neste campo, os norte-americanos tiveram uma descida de quase 10%, passando de 202 mil milhões de euros para 183,7 mil milhões.
O estudo revelou também que quando é feita uma aquisição de uma start-up americana por parte de uma empresa do continente europeu é pago um valor 2,2 vezes superior à situação oposta. Em números, os europeus pagam – em média – 84 milhões de euros quando compram uma start-up norte-americana, enquanto que quando os americanos compram uma start-up que pertence à Europa pagam apenas 38 milhões.
Foi também traçado o perfil tipo das start-ups que conseguem ser adquiridas. Eis os aspetos mais importantes:
– Tem entre 10 e 50 funcionários;
– Adquirida entre 5 e 15 anos depois de ser fundada;
– Recebeu financiamento superior a 40 milhões de euros;
– O valor médio por aquisição é de 58,5 milhões de euros.
Este relatório decidiu também categorizar os diferentes ecossistemas das regiões do globo através do rácio entre as exits e as aquisições de start-ups. O critério foi o seguinte:
Rácio < 1 (Exits < Aquisições) – Ecossistema de start-ups em desenvolvimento
Rácio = 1 (Exits = Aquisições) – Ecossistema de start-ups balanceado e maduro
Rácio > 1 (Exists> Aquisições) – Ecossistema de start-ups dinâmico
A partir desta categorização é possível concluir que Portugal é, a seguir à Grécia, o país europeu com um ecossistema de start-ups mais dinâmico, tendo um rácio de 2,8. Pode-se ler no estudo que “apesar da Grécia e Portugal não terem fortes compradores, têm, apesar de tudo, ecossistemas de inovação robustos”.
O ecossistema retratado como o mais balanceado e maduro, dentro dos que foram avaliados, é o de Silicon Valley, tendo um rácio quase perfeito.
Pode descarregar o estudo completo do site oficial da Mind the Bridge.