Opinião
Liderar pelo exemplo

Ninguém tem dúvidas de que os portugueses são um povo empreendedor e que arrisca. Hoje em dia, Portugal tem um dos maiores índices de criação de empresas da Europa. No primeiro semestre deste ano, por cada empresa que foi encerrada, nasceram 3,3 novas. E sobre estas novas empresas que estão a surgir, há duas particularidades interessantes.
Uma delas é que 10% começam a exportar logo no seu primeiro ano de vida. A outra é que, cerca de 50% dos novos empregos que estão a surgir em Portugal, são criados por empresas com menos de 5 anos. A ser assim, é incontornável que estas novas empresas passem a ser uma das prioridades de quem governa.
Em Junho de 2016, foi apresentada ao país a Startup Portugal, que consiste numa Estratégia Nacional para o Empreendedorismo. No seu conjunto, as várias medidas da Startup Portugal permitem apoiar empresas, desde a fase da ideia até ao seu processo de internacionalização. Estas medidas, que estão explicadas no site www.startupportugal.com, visam atuar em três frentes. Uma delas é a dinamização do ecossistema nacional, através, por exemplo, da criação de uma Rede Nacional de Incubadoras e de Fablabs.
Outra frente de atuação visa aumentar a quantidade e qualidade de financiamento disponível para startups, nas suas diferentes fases. Destacam-se as linhas de cofinanciamento com Capitais de Risco e com Business Angels, desenhadas para atrair os melhores investidores nacionais e estrangeiros, para que invistam nas startups portuguesas e as ajudem a escalar e internacionalizar-se.
São 400 milhões de euros para dinamizar esta economia inovadora, nos próximos anos.
Uma terceira frente de atuação é a internacionalização, promovendo as startups portugueses em eventos globais e incluindo startups em missões empresariais a mercados externos, entre outras iniciativas.
Outra característica destas empresas que estão a surgir em Portugal, é o facto de serem criadas por uma nova geração de empreendedores. A eles pertence muito do mérito de termos conseguido atrair para Portugal o maior evento de empreendedorismo tecnológico do mundo, o Web Summit, que se realiza em Lisboa pelo menos até 2018. No primeiro ano, são esperadas cerca de 50 mil pessoas de mais de 150 países, não só empresários de todos os setores, mas também investidores, jornalistas, investigadores e consultores. É lá que muitas empresas de setores tradicionais se inspiram para inovar nos próximos anos e antecipam quais são as maiores ameaças ou oportunidades, sejam no comércio, na indústria ou no turismo.
Mas o Web Summit representa muito mais do que isso para Portugal. Estão previstos mais de 100 eventos paralelos, desde o Surf Summit, na Ericeira, ao Lisbon Global Forum que traz a Lisboa centenas de líderes mundiais, incluindo primeiros-ministros, ministros e presidentes de câmara de todo o mundo, o presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, o Diretor Geral da Organização Mundial do Comércio, reguladores e decisores da União Europeia e CEO de algumas das empresas mais inovadoras do mundo. Todos juntos, em Lisboa, a debater soluções para o futuro.
O Web Summit é uma oportunidade de mostrarmos ao mundo o que de excelente temos feito em Portugal – as nossas empresas mais inovadoras e competitivas, a nossa investigação, os nossos recursos humanos qualificados, as nossas infraestruturas tecnológicas, a nossa abertura ao mundo e a capacidade histórica de nos relacionarmos facilmente com todas as culturas. Cabe a cada um de nós, líderes políticos e empresariais, jovens empreendedores, investidores, jornalistas, participantes em geral, mas também cidadãos de Lisboa, sermos exemplares na nossa capacidade de mostrar o que de melhor temos e agirmos como verdadeiros embaixadores de um Portugal moderno e contemporâneo, capaz de liderar nos desafios que se colocam à escala global.